Na floresta onde vivem mansos e brabos : economia simbolica de acesso a natureza praticada na Reserva Extrativista do Alto Jurua - ACRE

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Essa pesquisa tem como principal objetivo compreender como se dá a relação entre humanos e não-humanos-- especialmenteanimais -- na Reserva Extrativista do Alto Juruá. Trata-se de um estudo empírico qualitativo acerca da atividade cinegética praticada pela população que reside esta Reserva. Para isso utilizou-se fontes bibliográficas, material etnográfico e cadernos de monitoramento escritos pelos próprios moradores da região. A Reserva Extrativista do Alto Juruá localiza-se a oeste do estado do Acre, em território da amazônia brasileira; região que é considerada como um hot spot de biodiversidade. A alimentação básica dos moradores da Reserva é a farinha de macaxeira e a carne de peixe ou de caça. Caçar é uma atividade comum na rotina da maioria dos homens que habitam a região. O animal caçado geralmente é dividido entre os parentes e amigos que moram próximos à casa do caçador. Além dessa prática, outras características do processo de acesso à fauna silvestre indicam que o uso desse recurso florestal é feito de modo compartilhado entre os moradores, mas nem por isso harmonioso. Uma das conclusões desta pesquisa é que embora a caça seja uma atividade de pressão ambiental ela é matizada, disciplinada e principalmente pensada pela população da Reserva do Alto Juruá. Na regulação da atividade cinegética opera um paralelo interessante entre direito costumeiro, processos simbólicos e instituições de poder local e nacional. Aqui conhecimento ecológico e felicidade na mata não são apenas sistemas de representações, são formas de manejo em ação. Assim, este estudo contribui para o urgente diálogo entre a biologia da conservação e a antropologia

ASSUNTO(S)

caça seringueiros - amazonia reservas naturais - alto jurua (ac) conservação biologica caçadores

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