Na brincadeira, me perdi!: Zambê e outras práticas musicais no ambiente familiar de seu Geraldo Cosme, em Cabaceira-RN

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

19/05/2011

RESUMO

O presente trabalho é resultante de uma investigação etnográfica sobre o zambê e demais práticas musicais existentes no ambiente familiar de seu Geraldo Cosme. O campo empírico situa-se na comunidade de Cabeceira, município de Tibau do Sul, no Rio Grande do Norte. Nesta cidade, os destaques econômicos são a carcinicultura, a produção açucareira e o turismo. No que se refere a expressões culturais, têm obtido destaque manifestações como o coco de roda e, sobretudo, o zambê tipo de música e dança coletiva, com canto responsorial e acompanhamento percussivo, pertencente à tradição oral. Esta investigação tem por objetivo identificar, analisar e discutir os fazeres musicais, atuais, da família em questão. Para tanto, considera-se que a paisagem sonora local é tensionada por dois segmentos distintos, porém dialógicos: o da tradição oral e o da música popular, ambos organicamente interligados e amplamente comungados, quer seja em forma de veiculação, desses repertórios, nos aparelhos eletrônicos em geral ou através de performances musicais locais. O processo investigativo contemplou pesquisa bibliográfica e documental, pesquisa de campo, com ênfase na observação participante de diversas situações de performance, e abarcou também análises de fotografias, de registros de áudio e vídeo produzidos e vivenciados in loco, tanto quanto fora dele. Contudo, incluiu a análise da história oral como uma das principais ferramentas norteadoras desta pesquisa. Verificou-se, através das investigações, que nesta localidade existe um número expressivo e diverso de práticas musicais de cunho tradicional (a exemplo do zambê) e popular (gêneros midiatizados em geral). Percebeu-se ainda que a dança do zambê atende basicamente à demanda externa, através de apresentações pagas, enquanto que a música popular é vivenciada internamente, voluntariamente, como forma de entretenimento. Diante de tantos gêneros musicais distintos, presentes e partilhados, num mesmo espaço, pelo mesmo público, músicos e momentos, conclui-se que as práticas sonoras em suas diferentes expressões, com usos e funções particularmente definidos, no contexto familiar em questão, são capazes de dialogar e apresentar especificidades de cada fazer musical.

ASSUNTO(S)

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