Mutações no gene da tirosina quinase de Bruton (Btk) de pacientes brasileiros com agamaglobulinemia ligada ao X (XLA) / Mutations of Bruton´s tyrosine kinase gene (BTK) in brazilian patients with X - linked agammaglobulinemia (XLA)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A agamaglobulinemia ligada ao X (XLA; OMIM#300755) é uma imunodeficiência primária humoral caracterizada por um bloqueio na diferenciação dos linfócitos B na medula óssea, levando à profunda hipogamaglobulinemia e reduzido número ou ausência de células B periféricas. Os pacientes com XLA são susceptíveis a infecções recorrentes por bactérias encapsuladas e enterovírus devido à deficiência de anticorpos. Mutações no gene codificante da tirosina quinase de Bruton (Btk) são responsáveis pela doença. Btk é uma tirosina quinase citoplasmática da família Tec importante no desenvolvimento, na diferenciação e na sinalização dos linfócitos B. A detecção de mutações no gene btk possibilita o diagnóstico definitivo de XLA. O objetivo deste estudo foi identificar e caracterizar mutações em btk. Foram incluídos 6 pacientes conforme os critérios do PAGID e ESID: indivíduos do sexo masculino com menos de 2% de linfócitos B periféricos, hipogamaglobulinemia e história de infecções bacterianas de repetição. A triagem de mutações foi realizada com a técnica de SSCP e possíveis mutações foram confirmadas por seqüenciamento. A expressão de Btk nos pacientes e mães foi avaliada em monócitos por citometria de fluxo. Dentre os pacientes analisados as principais manifestações clínicas foram as infecções do trato respiratório. Todos tiveram início dos sintomas durante o primeiro ano de vida, linfócitos B periféricos abaixo de 2% e hipogamaglobulinemia anterior ao início da terapia de reposição de imunoglobulinas. Foram identificadas cinco mutações em btk, três novas (p.Ala347fsX55, p.I355T e p.Thr324fsX24) e duas já descritas na literatura (p.Q196X e p.E441X). A detecção das mutações nos pacientes permitiu a análise mutacional de mães, avós e tias maternas. Três mães e uma avó foram confirmadas portadoras de XLA. Em adição, os valores de expressão de Btk obtidos mostraram deficiência da proteína (4,5% a 65,2%) nos pacientes e um padrão bimodal de expressão de Btk foi observado nas mães, indicando o estado de portadora de XLA. Em um dos pacientes não foi identificada mutação, entretanto a expressão de Btk mostrou-se reduzida. O uso combinado da análise genética e da avaliação da expressão de Btk por citometria de fluxo possibilitou o diagnóstico definitivo de XLA e a identificação de portadoras da doença.

ASSUNTO(S)

lymphocytes b dna mutational analysis linfocitos b analise mutacional de dna agamaglobulinemia agammaglobulinemia

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