Mulher como sujeito da criminalidade: um estudo sobre a realidade de presidiárias do complexo Penal Dr. João Chaves Natal/ RN

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/12/2009

RESUMO

Este trabalho apresenta-se como resultado da pesquisa: Mulher como sujeito da criminalidade: um estudo sobre a realidade das presidiárias do complexo penal Dr.. João chaves Natal/RN, efetuada com as mulheres encarceradas no Pavilhão Feminino do Complexo Penal Dr. João Chaves. Teve como objetivo investigar os principais determinantes que levaram as mulheres da instituição a inserirem-se como sujeitos da criminalidade. Para compreendermos mais adequadamente o nosso objeto de estudo, partimos da compreensão e análise da realidade social, econômica e cultural destas mulheres, assim como, da apreensão de suas relações familiares e afetivas, dentro de uma perspectiva de gênero, bem como consideramos a análise dos principais crimes praticados e suas determinações. Em nosso estudo, constata-se a partir de aproximações sucessivas e procedimentos teóricos-metodológicos quali-quantitativos, nos quais foram privilegiadas à pesquisa documental, a observação e a entrevista semi-estruturada, além da fundamentação teórica a respeito do tema - que a questão do aumento, nos últimos anos, de mulheres no meio criminal se dá em virtude da realidade socioeconômica vivenciada por essas. Ao mesmo tempo, o estudo permitiu entender também que pobreza e criminalidade não são fenômenos de causa e efeito, porém, é inegável que o grande número de presidiários (as) são pobres e vivenciam situação de negação de direitos. O foco principal da pesquisa aponta as relações sócio-afetivas, tanto conjugais como familiares como principais determinantes para inserção das mulheres na criminalidade, rompendo com o mito de que a mulher é sexo frágil. E, mais, aponta que a mulher em seu processo de emancipação e conquista dos espaços públicos ao cometerem um crime procuram equiparar-se ao sexo masculino. Por outro lado, a pesquisa também nos denuncia um sistema penitenciário falido, e totalmente abandonado pelo poder público. Que nega todos os direitos previstos aos presos (as), tanto dentro como fora dos muros. É um sistema que criminaliza e nem se quer consegue cumprir o seu papel, funcional que é a ressocialização e a reeducação das (os) presidiárias (os). Espera-se, que, este trabalho, possa contribuir para o desvelamento da realidade da mulher no meio criminal - sem pretensão de esgotá-lo - bem como possa contribuir também para posteriores estudos sobre o tema

ASSUNTO(S)

prisão mulher criminalidade violência servico social prison woman crime violence

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