Morfologia ovariana no lambari Astyanax bimaculatus sob efeito do hormônio de crescimento / Ovarian morphology in lambari Astyanax bimaculatus under the effect of the growth hormone

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Astyanax bimaculatus, peixe ovíparo, apresenta atividade reprodutiva o ano todo e desova parcelada, características promissoras para seu cultivo. É importante conhecer a biologia reprodutiva para facilitar o manejo, minimizar os gastos com a reprodução e desenvolver novas técnicas para aprimorar a reprodução com interesse comercial e de preservação. Estudos demonstram a importância do hormônio de crescimento nos processos de gametogênese e maturação gonadal, sendo um importante modulador da reprodução da fêmea. O presente trabalho avalia histologicamente os ovários de lambaris submetidos à técnica de desova induzida com extrato bruto de hipófise de carpa, e o efeito do hormônio de crescimento no processo de recuperação ovariana após a desova. Após a desova induzida, ovários de peixes do grupo- controle e do grupo tratado com hormônio de crescimento foram analisados em microscopia de luz, visando caracterizar a morfologia ovariana pós-desova. A partir de dados biométricos obtidos, foram calculados os valores dos índices gonadossomático (IGS) e hepatossomático (IHS), e do fator de condição K2 nos diferentes horários de coleta para os grupos em estudo. Cerca de 60% das fêmeas hipofisadas responderam satisfatoriamente à injeção do extrato bruto de hipófise. A extrusão dos ovócitos ocorreu entre 225 a 234 horas-grau após hipofisação. A ovogenêse de A. bimaculatus parece ser similar à maioria dos teleósteos de água doce. A análise dos fragmentos de ovários demonstrou a presença constante de ovócitos em todas as etapas de desenvolvimento, folículos pós-ovulatórios, além de atresia folicular. Ovócitos em crescimento primário estiveram presentes em maior número no grupo-controle, enquanto ovócitos em crescimento secundário foram mais numerosos no grupo tratado. Folículos pós-ovulatórios foram mais numerosos no grupo-controle que no grupo tratado, e sua detecção tornou-se mais difícil entre 96 e 120 horas após a desova. A atresia foi observada em maior intensidade no grupo tratado que no grupo-controle. Diferenças significativas (P<0,05) na contagem de folículos atrésicos entre os grupos experimentais foram registradas as seis e às 48 horas pós-desova. Não foram constatadas diferenças significativas (P>0,05) para a contagem de eosinófilos dentro dos grupos experimentais. Observou-se maior quantidade de eosinófilos no grupo tratado, coincidindo com as maiores quantidades de folículos atrésicos nesse grupo. Diferença significativa (P<0,05) foi observada quando foram associados os valores de atresia e eosinófilos e comparados os mesmos entre os grupos experimentais. Por ser espécie de desova parcelada e não apresentar variação brusca no tamanho das gônadas, não foram encontradas diferenças significativas (P>0,05) para IGS nos diferentes horários de coleta e nem entre os grupos experimentais. Diferenças estatísticas (P<0,05) para os valores de IHS foram encontradas entre os grupos experimentais as nove e às 96 horas pós-desova. Valores mais altos de IHS registrados no grupo que recebeu a dose de hormônio de crescimento coincidem com a maior quantidade de ovócitos em vitelogênese observada nesse grupo. Não foram encontradas diferenças estatísticas (P>0,05) para o fator de condição K2.

ASSUNTO(S)

astyanax bimaculatus ovogenesis astyanax bimaculatus aquicultura ovogênese desova induzida induced spawning

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