Modos de subjetivação e família: decifrando entrelaçamentos
AUTOR(ES)
Ana Luiza Oliva Buratto
DATA DE PUBLICAÇÃO
2005
RESUMO
Este trabalho se vincula à linha de pesquisa Família e Subjetividades e visa a desvelar as condições de possibilidade do sujeito e suas conseqüentes inflexões sobre a família, no sentido dos impactos que causam sobre a sua estrutura e as relações internas. Apresenta o problema em forma da equação contexto modos de subjetivação família, buscando, por meio dessa ordem, estabelecer as conexões entre os fatos da vida cotidiana e as condições de possibilidade do indivíduo, para, em seguida, analisar os impactos dos modos de subjetivação sobre a família. Tais modos se configuram, assim, como o elemento central de análise, mediante o qual se estabelece o elo entre contexto e família. O método utilizado para tanto é o arqueológico, através do qual é realizada uma reconstrução histórica da formas de subjetivação desde a Modernidade, tomando como base os estudos realizados por Michel Foucault. O tempo presente, definido como Contemporaneidade, inicia-se nos anos cinqüenta/sessenta, quando as sociedades entram na chamada era pós-industrial, caracterizada pela exacerbação do capitalismo e do industrialismo, cujas expressões mais fortes hoje experimentadas são a tecnologia de ponta, o acentuado consumismo econômico, a agilidade e expansão das comunicações e as mudanças nas relações de capital trabalho. Estas, ao lado da abundante produção de informação e dos grandes avanços na área das biociências, têm gerado fortes impactos culturais, direcionados, principalmente, à forma como o saber e o poder se articulam e se disseminam na sociedade e influenciam a constituição da subjetividade. A análise dos modos de subjetivação na Modernidade e nos dias atuais foca, com especial interesse, a força da exterioridade advinda das instituições contemporâneas e do seu intenso dinamismo, especialmente expressos pelo discurso midiático e pela expansão dos meios de comunicação de massa. Estes fatos determinam novas formas de relação do indivíduo consigo mesmo, reforçando a suspeita de que, na atualidade, o sujeito é mais intensamente pensado, falado e produzido por estruturas que lhe são exteriores do que em qualquer outra época da história. A família, como lugar especial de experimentação das várias possibilidades de subjetivação, mostra-se também como um espaço de exercício de poder e de saber, espelhando a sociedade nas suas contradições, conflitos e realizações, por meio de novas formas de estruturação, de novos vínculos, novas formas de viver a sexualidade, a relação homem-mulher e a procriação, e de novos modos de exercitar os papéis relacionados à maternidade e paternidade.
ASSUNTO(S)
epistemologia família subjetividades contemporaneousness subjectivities modes of subjectivation family contemporaneidade modos de subjetivação
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