Mielodisplasia hiperfibrótica: relato de caso com resposta à terapia com corticosteróides

AUTOR(ES)
FONTE

Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial

DATA DE PUBLICAÇÃO

2002

RESUMO

Contexto: A fibrose de medula óssea é encontrada em algumas doenças hematológicas clonais, incluindo síndromes mieloproliferativas, leucemias agudas e síndromes mielodisplásicas. Nas síndromes mielodisplásicas, uma nova entidade clinicopatológica com acentuado aumento das fibras de reticulina tem sido sugerida, e o termo "síndrome mielodisplásica hiperfibrótica" é usado para sua definição. A biópsia de medula óssea mostra aumento das fibras de reticulina e hiperplasia megacariocítica com displasia. O diagnóstico diferencial com mielofibrose primária é difícil, e casos híbridos podem ocorrer. Pacientes com síndromes mielodisplásicas hiperfibróticas que respondem à terapia com corticosteróide têm sido descritos. Na maioria dos casos a remissão é apenas hematológica, mas resolução da fibrose de medula óssea já ocorreu em um paciente. Planejamento: Relato de caso. Relato: Paciente do sexo masculino, 62 anos de idade, apresentou-se, em junho de 1995, com história de seis meses de letargia e dispnéia. Ao exame, mostrou-se pálido, sem hepatoesplenomegalia. A concentração de hemoglobina foi de 3g/dl, com acentuada anisocitose, mas sem "células em lágrimas". Os aspirados de medula óssea mostraram-se "secos", enquanto a biópsia revelou hipercelularidade e fibrose grau IV, obliterando a arquitetura habitual. Os megacariócitos estavam em número aumentado, com morfologia anômala, reagindo com anticorpos antifator VIII e CD31. Com a introdução de prednisona 1mg/kg em junho de 1996, os sintomas reduziram, a hemoglobina elevou-se e a fibrose cedeu para grau II, tornando-se independente de transfusões até janeiro de 1999. Então, a hemoglobina caiu para 6g/dl e, com a introdução de prednisona, houve pronta elevação da hemoglobina.

ASSUNTO(S)

síndromes mielodisplásicas hiperfibrótica corticoterapia

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