Meninos nÃo Choram - A formaÃÃo do habitus guerreiro nas FARC-EP.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

RESUMO No presente trabalho, mediante o uso de alguns subsÃdios conceituais de teÃricos como Norbert Elias, Hannah Arendt, Georg Simmel, Michel Foucault e Pierre Bourdieu, abordo a temÃtica da formaÃÃo do habitus guerreiro das FARC-EP. Desejo perceber, atravÃs das nuanÃas da interaÃÃo social, as mudanÃas que se dÃo na vida dos homens e mulheres que integram esse grupo guerrilheiro. No meio da guerra contra o Estado, à minha pretensÃo, neste trabalho, mostrar a maneira atravÃs da qual os guerrilheiros das FARC-EP incorporam caracterÃsticas peculiares do habitus guerreiro, que lhes permite possuir um diferencial bastante evidente no que tange aos sentimentos e ao comportamento humano. Dessa forma, quero apresentar minha percepÃÃo em dois momentos investigativos: Nos dois primeiros capÃtulos, meu olhar serà direcionado ao grupo, enquanto, nos trÃs capÃtulos restantes, minha pretensÃo à perceber o processo pelo qual esse habitus guerreiro do grupo se instila nos membros que o conformam. O âcorpo temÃticoâ deste trabalho foi estruturado da seguinte maneira: No capÃtulo I, a partir dos conflitos agrÃrios de luta pela terra entre camponeses assalariados e latifundiÃrios, tentarei mostrar como se dà o processo de configuraÃÃo do habitus guerreiro de grupos de autodefesa camponesa que, posteriormente, constituirÃo a base social das FARC-EP. No capÃtulo II, quero elucidar sobre o habitus guerreiro como um traÃo coletivo da guerrilha, cuja formaÃÃo foi possÃvel atravÃs da vida nÃmade, das coaÃÃes externas advindas das constantes ameaÃas inimigas e das coaÃÃes internas promovidas pela aplicaÃÃo de um Regime Disciplinar. No capitulo III, abordando algumas aÃÃes coletivas, quero problematizar a perda da individualidade no acontecer da guerra revolucionaria, em que a identidade pessoal se dilui diante do aparecimento das caracterÃsticas do grupo. O uso de diversos artifÃcios como a mÃscara, a mudanÃa do nome, a ruptura dos vÃnculos sociais com pessoas alheias à organizaÃÃo, a prioridade atribuÃda aos interesses e aspiraÃÃes do coletivo, articulam um processo social de transformaÃÃo da personalidade dos guerrilheiros. No Capitulo IV quero avistar a vivÃncia dos sentimentos de forma a ajustÃ-los a esse tipo de vida coletiva que decorre no meio do conflito armado colombiano. Inquieta-me saber como os guerrilheiros desenvolvem sua afetividade na interaÃÃo homem/mulher, como vivem o vÃnculo com a famÃlia, como controlam o medo e, principalmente, como desenvolvem sentimentos que sÃo caracterÃsticos do grupo, como a desconfianÃa de tudo e a fidelidade à organizaÃÃo. No capÃtulo V, abordo a incidÃncia da vida nÃmade, do rigor militar e da disposiÃÃo para o combate no processo de construÃÃo da corporeidade dos guerrilheiros. Nesse capÃtulo, tentarei destacar o processo de disciplinarizaÃÃo da sexualidade, assim como tambÃm o condicionamento corporal para que os guerrilheiros sejam capazes de opor resistÃncia ao cansaÃo, a condiÃÃes climÃticas adversas e aos demais apelos da prÃpria estrutura biolÃgica humana como a fome, o sono e a dor fÃsica.

ASSUNTO(S)

disciplina. guerrilheiros - colÃmbia - conduta fuerzas armadas revolucionÃrias de colombia violÃncia ciÃncias humanas movimentos de libertaÃÃo nacional - colÃmbia guerrilheiros - colÃmbia - atitudes conflito poder

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