Meningite asséptica na campanha de vacinação pública tríplice viral (590.609 indivíduos) em Curitiba, Paraná, Brasil, 1998

AUTOR(ES)
FONTE

Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo

DATA DE PUBLICAÇÃO

2001-10

RESUMO

A incidência de meningite asséptica após vacina tríplice viral (MMR) é diferente em diversos estudos. Analisamos retrospectivamente quarenta casos de meningite asséptica, relacionados a uma campanha de vacinação pública para cobertura tríplice viral em Curitiba, PR, Brasil, ano de 1998. A vacina utilizada foi a Leningrado-3-Zagreb para caxumba, Edmonston-Zagreb para sarampo e RA27#3 para rubéola. Um total de 87 casos foram relatados, resultando em uma incidência de 1,7 casos por 10.000 doses. A idade média dos pacientes foi 23,7 ± 12,8 anos. A relação feminino/masculino foi 1,35:1. Cefaléia intensa com sinais meningorradiculares (92,5%), febre (87,5%), náuseas e vômitos (82,5%) foram os achados clínicos mais comuns. Três casos (7,5%) desenvolveram caxumba branda. Todos os pacientes foram submetidos a punção lombar para obtenção de líquor, com os seguintes achados: pleocitose mononuclear de 100 a 500 células em 17 casos (42,4%; 257 ± 260,6 células/mm³); proteínas aumentadas em 28 casos (67,5%; 92,1 ± 76,9 mg/dL) e glicose (56,8 ± 11,2 mg/dL). Os testes sorológicos (látex para meningites, Cryptococcus, cisticercose, sífilis) e culturas bacteriológicas foram negativas. Identificação viral também foi negativa em 8 casos. Nenhum dos pacientes desenvolveu déficits neurológicos ou sintomas relacionados após um ano do início do quadro. Acreditamos que o benefício da vacinação claramente supera os eventuais efeitos da meningite asséptica após vacinação MMR devido ao seu caráter e evolução benignos.

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