Mecanismos de ação e efeito protetor de danos no DNA de de polissacarídeo B-glucana em teses in vitro e in vivo

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Atualmente, um grande número de substâncias que contaminam o ambiente são advindas de ações antropogênicas e estão relacionadas ao aparecimento de patologias crônicas como o câncer. Muitos medicamentos usados em diferentes terapias alopáticas não possuem uma adequada avaliação e por isso observam-se diferentes efeitos colaterais, dentre eles alterações nas moléculas de DNA que podem também relacionar-se ao aparecimento de cânceres. Frente a estes fatos e aos estilos de vida, faz-se cada vez mais necessário a identificação de substâncias com potencial quimiopreventivo. Devido à possibilidade de a dieta controlar e modular várias funções orgânicas e contribuir para a manutenção da saúde humana, reduzindo o risco de aparecimento de patologias, este estudo teve por objetivo avaliar o mecanismo de ação do polissacarídeo de β-glucana, constituinte de alimentos funcionais, bem como compreender seus efeitos como um agente antigenotóxico, antimutagênico e a sua capacidade de preservação da viabilidade celular em testes in vitro em células CHO-k1, CHO-xrs5 e HTC. Em sistemas-teste in vivo, camundongos Swiss (Mus musculus), pretendeu-se avaliar a influência da β-glucana no desempenho reprodutivo e desenvolvimento da prole, assim como verificar sua capacidade preventiva em danos mutagênicos, teratogênicos e em alterações na performance reprodutiva causados por exposição à ciclofosfamida. A presente pesquisa demonstrou que independentemente da origem da β-glucana, extraída de cevada ou Saccharomyces cerevisiae, esta possui tanto atividade por desmutagênese como por bioantimutagênese frente a agentes indutores de danos de ação direta e indireta. A avaliação dos diferentes protocolos e das porcentagens de redução de danos em células proficientes em metabolismo permite sugerir que o polissacarídeo em questão possui uma menor eficiência em bioantimutagênese. Assim, os experimentos realizados com células deficientes em reparo, CHO-xrs5, confirmam esta hipótese. Faz-se ainda necessário relatar que a β-glucana melhora o índice de viabilidade celular, prevenindo eventos de apoptose, e que a eficiência e determinação do mecanismo de ação estão sujeitos a variações quando comparadas as duas linhagens celulares, visto que em HTC, sistema metabolizador, o polissacarídeo em estudo pode ter sua eficiência quimiopreventiva diminuída, podendo levar a conclusões errôneas a respeito de seu mecanismo de ação. Os estudos in vivo indicam que a β-glucana foi eficiente em prevenir danos clastogênicos tanto em fêmeas prenhes como não prenhes. Demonstrou ainda que as fêmeas grávidas parecem ser mais susceptíveis aos danos genéticos. Já os efeitos teratogênicos não foram prevenidos de forma eficiente. No entanto, apesar da β-glucana não ter prevenido as malformações ela mostrou-se muito eficiente no aumento da viabilidade fetal e redução das taxas de perdas pós-implantacional e reabsorção demonstrando-se assim uma melhora da performance reprodutiva. Assim, verifica-se que a β-glucana possui baixo potencial na prevenção de malformações, mas quando presente em alimentos, confere a este características nutracêuticas, podendo participar da suplementação de dietas ou talvez compor um novo fármaco a ser utilizado na prevenção de danos genéticos e como adjuvante nas quimioterapias às quais pacientes oncológicos são submetidos.

ASSUNTO(S)

Ácido desoxirribonucleico polissacarídeos antimutagênese genética molecular desoxyribonucleic acid polysaccharides.

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