Ação da B-glucana em suínos infectados experimentalmente com taquizoítos do Toxoplasma gondii

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Toxoplasma gondii é um protozoário intracelular obrigatório que possui capacidade de infectar todos os animais de sangue quente. O suíno é apontado como a principal causa de contaminação de seres humanos pela ingestão de carne crua ou mal cozida. Muitas alternativas podem ser utilizadas na tentativa de prevenir a transmissão deste importante parasita aos suínos, entre elas, está o uso de substâncias imunomoduladoras como a β-glucana, que tem a capacidade de melhorar a resposta do hospedeiro frente a infecções causadas por microorganismos. O objetivo desse estudo foi avaliar a ação da b-Glucana em suínos infectados experimentalmente com taquizoítos do Toxoplasma gondii. Foram utilizados oito suínos (21 dias de idade). Os animais foram divididos em três grupos: G1 (b-glucana e infectados, n=3), G2 (não tratados e infectados, n=3) e G3 (não tratados e não infectados, n=2). Os animais do G1 foram tratados com 1g de b-glucana pela via intramuscular (IM) nos dias 0, 14, e 28 do experimento, enquanto os do G2 e G3 receberam apenas solução salina estéril. Os animais do G1 e G2 foram infectados com taquizoítos (107) da cepa RH (IM), no 35º dia do experimento. A parasitemia foi determinada por PCR e bioensaio em camundongos a partir do sangue total de cada animal, colhido nos dias 3, 7, 14, 21, 31, 39, 47 e 69 pós-infecção. Os títulos de anticorpos contra T. gondii foram obtidos dos suínos pela imunofluorescência indireta (IFI) dos soros, humor aquoso e humor vítreo, considerando positivo um título ≥ 64. Diferenças estatísticas foram observadas na avaliação dos teores de hemoglobina, percentual de hematócrito, valores de proteínas plasmáticas e na contagem de eosinófilos (P<0,05). Os suínos do G1 e G2 soro converteram sete dias pós-infecção, e o maior título encontrado foi de 1024 em dois animais. As amostras de humor aquoso e humor vítreo não revelaram títulos de anticorpos pela IFI. Parasitas no sangue foram detectados nos dias 3, 14, 31, 39 e 47 em dois animais do G1, e em três do G2. Não houve diferenças entre o PCR e o bioensaio. As avaliações das retinas tanto no bioensaio quanto no PCR foram negativas em todos os animais. Os animais do G3 permaneceram negativos durante todo o experimento. O uso da b-glucana, na forma como foi utilizada no presente trabalho, não foi efetiva no controle da infecção aguda contra taquizoítos inoculados pela via intramuscular em suínos. A linhagem da cepa RH mostrou-se não cistogênica para suínos (músculos e retina) 69 dias após a infecção.

ASSUNTO(S)

toxoplasma gondii suíno - doenças toxoplasmose em animais swine - diseases toxoplasmosis in animals

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