Mecanismo físico-químico de aderência na interface argamassa modificada com polímeros/cerâmica de revestimento

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Os revestimentos cerâmicos têm sido utilizados ao longo dos anos para acabamento de fachadas de edificação pelas suas qualidades técnicas e estéticas. No entanto, a ocorrência de problemas de destacamentos de placas dos edifícios tem levado à diminuição do uso de placas cerâmicas e a busca por materiais alternativos. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é avaliar os mecanismos de formação da interface placa cerâmica/argamassa de modo a possibilitar a melhoria desta interface visando uma maior durabilidade dos sistemas de revestimentos cerâmicos.O estudo foi conduzido utilizando o polímero mais comum em argamassas de assentamento de cerâmicas, o EVA (poli(etileno-co-acetato de vinila)). Foram feitas também avaliações com o PVA (poli(álcool vinílico)) por se tratar de um polímero solúvel em água, com características funcionais similares ao EVA e que também é utilizado como surfactante no processo de produção do EVA. No estudo, foram realizadas as caracterizações das matérias-primas, a avaliação do efeito dos polímeros nas propriedades da argamassa no estado fresco e endurecido, o estudo da influência dos polímeros na hidratação do cimento e, finalmente, a análise das resistências interfaciais e dos mecanismos físico-químicos atuantes nesta interface. Baseado nos resultados obtidos foi proposta modificação química na superfície de placas de revestimento com organosilanos para aumento das interações interfaciais.A partir das análises realizadas, observou-se que a introdução dos polímeros alterou as propriedades reológicas da argamassa implicando em modificação da microestrutura interfacial, quando comparada com a argamassa de referência, mas sem alterar o grau de hidratação em maiores idades. Na formação da interface, para as argamassas modificadas com PVA além de interações fracas de van der Waals observam-se interações através de ligações de hidrogênio entre a superfície hidrofílica da cerâmica e os grupos hidroxilas do PVA. Para o EVA, interações hidrofílicas e de van der Waals ocorrem até que seja verificada a hidrólise do EVA no meio alcalino da argamassa permitindo também o estabelecimento de ligações de hidrogênio. As modificações introduzidas pelo organosilanos foram capazes de promover a melhoria da aderência na interface para argamassas com e sem polímeros, pela possibilidade de interações hidrofóbicas e covalentes somando-se às interações já existentes de van der Waals e ligações de hidrogênio.

ASSUNTO(S)

engenharia de minas teses. engenharia metalúrgica teses.

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