Mães de crianças hospitalizadas em UTI : percepção de suporte familiar e saude mental / Mothers of hospitalized children in pediatric intensive unity: familiar support perception and mental health

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Este estudo propôs o exame da percepção do suporte familiar e da saúde mental de mães de crianças hospitalizadas em UTI Pediátrica, por meio de duas medidas na internação, uma após alta do setor e uma medida após a alta hospitalar, referentes às possíveis modificações e associações destas variáveis nestes momentos. A percepção do suporte familiar foi avaliada pelo Inventário de Percepção de Suporte Familiar (IPSF) em quatro dimensões caracterizadas como inadaptação, afetividade, consistência e autonomia familiar e a saúde mental, pelo Questionário de Saúde Geral de Goldberg (QSG) em cinco dimensões: estresse psíquico, desejo de morte, falta de confiança e desempenho, distúrbios do sono e distúrbios psicossomáticos. Os resultados foram apreciados inicialmente pela análise descritiva da amostra de 14 mães participantes, obtida durante seis meses de coleta de dados, objetivando seus dados de caracterização, além de suas crianças e do rastreamento de transtornos mentais e/ou comportamentais das participantes, anterior ao momento de internação de seus filhos. As análises inferenciais estatísticas abordaram as medidas do IPSF e do QSG e os dados resultantes sugeriram uma variação significante para a saúde mental das mães entre os momentos de avaliação, observando-se a diminuição dos escores do QSG e a indicação da presença de saúde mental, ao término do estudo. Em relação ao IPSF, variação significativa alguma foi encontrada, para os momentos avaliados. Entende-se que a limitação deste estudo seja compreendida ao reduzido número amostral e sugere-se que pesquisas na área sejam realizadas, objetivando um tempo superior a seis meses para a coleta de dados. Notou-se ainda uma variação significativa para a dimensão de inadaptação familiar na comparação do grupo de participantes solteiras e casadas no IPSF, observando-se uma tendência de melhor percepção do suporte familiar para este último grupo. Não se constatou correlação entre a ocorrência de eventos estressantes com a percepção do suporte familiar e a saúde mental apresentadas pelas participantes. No entanto, verificou-se que esta correlação aconteceu significativamente na comparação entre o QSG e a intensidade do estresse percebida pelas mães na hospitalização e sugeriu-se esta observação ao fato das participantes referirem como maior estressor, o evento das crianças estarem internadas em UTI. Mostrou-se da mesma forma, significativa correlação entre o QSG e os sintomas psiquiátricos relacionados pelas participantes no primeiro momento, recomendando-se que possivelmente as que apresentaram maior comprometimento para a saúde mental já apresentavam esta sintomatologia. Correlação alguma foi encontrada na tentativa de associação entre a saúde mental e a percepção do suporte familiar das participantes e deve-se, essa ocorrência, ao evento do IPSF não ter variado durante os quatro momentos de coleta de dados. Conclui-se pelo apoio à hipótese pelo aumento da saúde mental das mães após os momentos de crise da hospitalização e que a não variação do IPSF esteja relacionada para uma melhor percepção de suporte familiar deste grupo amostral.

ASSUNTO(S)

unidades de terapia intensiva pediatrica intensive care units mother with child in hospital mother-child relations saude mental pediatric relações mães-filho mental health

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