Macroinvertebrados bioindicadores em lagoas costeiras do Rio Grande do Sul

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O presente estudo visou analisar a estrutura e distribuição da comunidade de macroinvertebrados bentônicos, associados ao teor de matéria orgânica do sedimento, a morfologia (profundidade, volume e área) e ao estado trófico (TSI), determinando táxons que possam ser utilizados como indicadores do estado trófico. A importância do estudo agora concluído reside não apenas na comparação com os levantamentos já feitos em outros locais, mas, sobretudo, na oportunidade de compararem-se comunidades de invertebrados bentônicos de lagoas de água doce de duas áreas costeiras situadas em contexto diferenciado em relação ao oceano, possibilitando a verificação do estado ecológico a partir dos macroinvertebrados bentônicos. Este estudo foi realizado no período de janeiro de 2008 à janeiro de 2009, na Lagoa do Marcelino, Lagoa Caconde e Lagoa do Peixoto, pertencentes ao município de Osório, situado no Litoral Norte, Lagoa Barro Velho, Lagoa da Figueira, Lagoa de São Simão, Lagoa do Fundo, pertencentes ao município de Mostardas e Lagoa Paurá, pertencente ao município de São José do Norte, situadas no Litoral Médio. As amostras de sedimento foram realizadas com auxílio de uma draga tipo Eckmann-Birge (área de 225 cm) seguindo o fetch de cada lagoa, realizando-se três replicatas em cada ponto de coleta. As lagoas costeiras estudadas apresentam características peculiares devido a sua morfologia e localização geográfica (próximas ao oceano), apresentam uma constante oxigenação de toda a coluna de água até o sedimento, diferente das lagoas do interior do continente, que não apresentam influência dos ventos oceânicos, possibilitando a abundância de táxons nesses ecossistemas, diferente dos padrões de lagoas não polimíticas. Com exceção da Lagoa Paurá, as lagoas costeiras estudadas apresentam correlação entre o teor de matéria orgânica do sedimento e a profundidade. Nas lagoas estudadas, o número de táxons não apresentou correlação significativa (r = 0,237; r = 0,058 e p = 0,288) com o teor de matéria orgânica e a profundidade das lagoas, sendo a Lagoa Paurá a única que apresenta correlação entre o número de táxons e a profundidade. Os principais táxons registrados (Diptera, Oligochaeta e alguns Mollusca) assemelham-se àqueles amostrados em diversas regiões lacustres do Brasil. A comunidade bentônica foi mais rica na Lagoa da Figueira, onde foram registrados 18 táxons de macroinvertebrados, sendo a Lagoa do Marcelino a mais pobre em número de táxons, com apenas quatro encontrados. A utilização da estrutura da comunidade de Chironomidae, baseado na distribuição dos gêneros, mostrou-se bastante eficiente na determinação do estado trófico das lagoas costeiras estudadas, apresentando organismos tolerantes a ambientes eutrofizados, como as lagoas do Litoral Norte, podendo desta maneira servir como indicadores biológicos destes ecossistemas límnicos, como os gêneros Nimbocera sp3, Kiefferulus sp, Gênero A sp2, Larsia sp, Cryptochironomus sp, Tanytarsus sp e Bardius sp.

ASSUNTO(S)

ciências biológicas lagoas rio grande do sul microorganismos biotecnologia ecossistemas

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