Macroglobulinemia de Waldenström - uma revisão

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Assoc. Med. Bras.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-10

RESUMO

A macroglobulinemia de Waldenström (MW) é uma doença linfoproliferativa dos linfócitos B, caracterizada por um linfoma linfoplasmocítico na medula óssea e por hipergamaglobulinemia monoclonal de tipo IgM. Foi descrita pela primeira vez em 1944, por Jan Gösta Waldenström, que descreveu dois doentes com hemorragia oronasal, adenopatias, anemia, trombocitopenia, velocidade de sedimentação eritrocitária e viscosidade sérica elevadas, radiografia óssea normal e medula óssea infiltrada por células linfoides. A MW é uma doença rara com um percurso clínico normalmente indolente, atingindo principalmente os indivíduos com idades entre 63 e 68 anos. A maioria dos doentes apresenta sintomas e manifestações clínicas relacionadas com a hiperviscosidade, resultante da gamopatia monoclonal IgM e/ou com as citopenias, resultantes da infiltração medular pelo linfoma. O diagnóstico diferencial com outros linfomas é essencial para a avaliação do prognóstico e a abordagem terapêutica. O tratamento dos doentes com MW assintomática não melhora a qualidade de vida do doente nem aumenta a sua sobrevivência, recomendando-se o acompanhamento clínico. Para o tratamento dos doentes sintomáticos, são usados agentes alquilantes, análogos das purinas e anticorpos monoclonais anti-CD20. No entanto, a doença é incurável e a resposta à terapêutica nem sempre é favorável. Estudos relativamente recentes mostram resultados promissores com o bortezomibe, um inibidor dos proteossomas, e alguns doentes respondem à talidomida. Nos doentes com recidivas ou refratários à terapêutica, pode-se indicar o transplante autólogo. O objetivo deste trabalho é descrever, de forma detalhada, o conhecimento atual sobre a fisiopatologia da MW, as principais manifestações clínicas, o diagnóstico, o prognóstico e o tratamento.

ASSUNTO(S)

macroglobulinemia de waldenström hipergamaglobulinemia igm linfócitos b prognóstico

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