Machado com Flaubert ou a política da escrita / Machado with Flaubert or the politics of writing

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/06/2011

RESUMO

Estudam-se aqui as escritas de Gustave Flaubert e de Machado de Assis, considerando a ironia a estratégia narrativa comum a ambos os autores. Evidenciado na figura da comparação, o procedimento irônico de suas escritas joga com a verossimilhança e com a expectativa do leitor para sucessivamente frustrá-las. Desfazendo as semelhanças discursivas que ativariam a causalidade da verossimilhança, conforme Aristóteles, a ironia efetivada por meio dessa figura de linguagem revela o jogo do pastiche de suas escritas e desloca, assim, a representação semântica da narrativa. A corrupção da mímesis como fundamento do discurso literário faz de suas escritas uma proposta de outro tipo de verossimilhança, não mais motivada pela coincidência das semelhanças discursivas, o que ressalta, deste modo, seu gesto político. Pois, a política da escrita não está no que o autor quis dizer, mas na reverberação do texto no leitor, reverberação que impõe o silenciamento das unidades de sentido já estabelecidas pela repetição das ideias feitas. Entenda-se também com isso que o estudo aqui empreendido propõe a alternativa crítica de se abordar escritas de estilos e práticas diferentes, sem que se tenham necessariamente em vista citações explícitas ou implícitas, influência e fonte literária. Porque a força da escrita literária não está exclusivamente em sua representabilidade semântica, mas na libertação do simbólico, que evidencia a historicidade dos discursos.

ASSUNTO(S)

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