Léxico e identidade lingüística: formação do vocabulário do português-brasileiro pelos estrangeirismos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Esta Dissertação situa-se na linha de pesquisa História e Descrição da Língua Portuguesa, do Programa de Estudos Pós-Graduados em Língua Portuguesa da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e compreende uma investigação exploratória, cujo objeto de estudo está circunscrito aos estrangeirismos presentificados no idioma português-brasileiro. Postula-se o uso de estrangeirismo como um fenômeno cujo marco se inscreve na própria história da formação de um dado idioma e se estende a qualquer contemporaneidade. Fundamentado pelos princípios e pressupostos da Lexicologia, e norteado por um objetivo geral buscar compreender as estratégias empregadas pelos usuários do idioma português-brasileiro nos processos de transmudação dos estrangeirismos em empréstimos lingüísticos o percurso investigativo está traçado por três focalizações. Uma que privilegia o ponto de vista histórico-cultural, atribuindo relevo a diferentes contextos das formações sociais humanas, no fluxo de suas construções, para neles situar a formação do idioma português-brasileiro como um produto de contato entre diferentes povos, usuários de línguas diferentes; outra mais ampla referente a contextos sócio-histórico-culturais que configuram formações sociais humanas que têm por suporte o desenvolvimento de tecnologias; e uma última circunscrita aos quadros dos estudos lingüísticos que privilegiam o léxico, com vistas a verificar quais são as estratégias implicadas no processo de nacionalização de vocábulos estrangeiros que, na atual contemporaneidade, foram ou estão sendo incorporados ao vocabulário do idioma português-brasileiro. O procedimento metodológico implicou a seleção e análise de um corpus, a título de exemplificação, composto de palavras do idioma inglês, selecionadas a partir de diferentes campos semânticos, no qual se busca focalizar os processos de transmudação de estrangeirismos em empréstimos lexicais, privilegiando a comparação com o marco fundador das categorias: projeção, transferência e identidade: aquelas que asseguram, por princípios analógicos, identificar o não familiar pelo familiar. Ressalta-se que, para as análises, as formas vocabulares e seus respectivos conteúdos foram considerados em sua dimensão fonológica, morfossintática e semântica. Os resultados obtidos indicam que a aquisição e uso de novos vocábulos, bem como de uma língua estrangeira, nunca ocorrem de forma isolada, e sim no fluxo da discursivização e têm por ancoragem os conhecimentos prévios do falante. De forma que, a utilização de palavras estrangeiras exige do usuário não falante do idioma inglês um maior esforço de interpretação e de compreensão mesmo quando o repertório cultural da língua inglesa é empregado em enunciados estruturados pelas categorias frasais da língua portuguesa. Constatou-se, ainda, que os vocábulos são aportuguesados pelo ponto de vista fonético e, quando integrados ao sistema vocabular, se tornam produtivos de forma que a nova matriz lexical passa a sustentar a produção de novas formas vocabulares; portanto os empréstimos são explicados pela produtividade lexical

ASSUNTO(S)

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