LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA QUEILITE ACTÍNICA EM TRABALHADORES RURAIS DA MICRORREGIÃO SERGIPANA DO SERTÃO DO SÃO FRANCISCO. / EPIDEMIOLOGICAL SURVEY OF WORKERS IN RURAL ACTINIC CHEILITIS THE MICROREGION SERGIPANA OF INTERIOR OF SAN FRANCISCO.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

22/01/2010

RESUMO

A radiação solar como o principal fator de risco para o desenvolvimento da queilite actínica e do câncer de lábio tem sido muito discutida nas últimas décadas, especialmente em decorrência da destruição da camada de ozônio e do aumento da incidência da radiação ultravioleta sobre diversas regiões do planeta. No Brasil, estas lesões assumem importância fundamental, por ser este um país de baixa latitude e que comporta em sua economia atividades de trabalho ao ar livre, como a agricultura, a pecuária e a pesca. Realizar um levantamento epidemiológico dos casos de queilite actínica em trabalhadores rurais na Microrregião Sergipana do Sertão do São Francisco. Estudo de corte transversal realizado na zona semi-árida sergipana cujas variáveis de descrição amostral investigadas incluíram o gênero, a cor da pele, a idade, o tempo de exposição acumulada e diária à radiação solar, o consumo de tabaco, a utilização de fotoprotetores e a presença de queilite actínica. Quando da detecção da doença, foram registrados os dados referentes à sua localização, características clínicas e queixa de sintomatologia. O grau de atipia epitelial foi obtido através da realização de biópsia e exame histopatológico. Para medida de risco da doença em relação às variáveis estudadas, foi utilizada a razão de prevalência e um intervalo de confiança de 95%. O tratamento estatístico dos dados foi realizado através de testes de associação (qui-quadrado de Pearson e de tendência linear) e de comparação entre duas médias (Mann-Whitney), adotando-se um nível de significância de 5%. Foram examinados 240 trabalhadores rurais, sendo verificada uma prevalência de queilite actínica de 16,7%. Houve uma associação significativa da presença da doença com o gênero masculino, fototipo branco, idade igual ou superior a 50 anos, tempo de exposição diária à radiação solar de mais de 8 horas e hábito de tabagismo. O teste de tendência linear revelou uma relação positiva entre o tempo de trabalho acumulado ao ar livre e o desenvolvimento da queilite actínica. Quanto à utilização de fotoprotetores, houve predileção pelo uso do chapéu de palha, havendo relatos ocasionais da aplicação de protetor solar. Todos os casos de queilite actínica foram observados no lábio inferior, tendo a atrofia e o eritema como os sinais mais marcantes da presença da doença. Queixa de sintomatologia foi relatada em 27,5% dos indivíduos afetados. Aproximadamente 35% dos casos apresentaram alterações histopatológicas compatíveis com a presença de displasia epitelial severa. Os trabalhadores rurais da Microrregião Sergipana do Sertão do São Francisco constituem uma população de alto risco para o câncer de lábio, uma vez que é alta a prevalência de queilite actínica na região e é comum a exposição solar e o consumo de tabaco entre esses indivíduos. É necessária a realização de campanhas educativas acerca dos riscos da exposição crônica à radiação solar entre os trabalhadores rurais do semi-árido sergipano e reforço na utilização de fotoprotetores.

ASSUNTO(S)

lip cancer actinic cheilitis medicina câncer de lábio queilite actínica radiação ultravioleta ultraviolet radiation

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