Investigação de bacterias associadas ao insucesso do tratamento endodontico
AUTOR(ES)
Ericka Tavares Pinheiro
DATA DE PUBLICAÇÃO
2001
RESUMO
Vários fatores estão envolvidos no insucesso do tratamento endodôntico, entretanto as bactérias são os principais agentes etiológicos. Tais microrganismos podem ter sobrevivido ao tratamento endodôntico anterior ou reinfectado o canal através das microinfiltrações. Estudos revelam que a microbiota do canal radicular do dente tratado endodonticamente associado à lesão periapical persistente difere substancialmente da microbiota de dentes com polpas necrosadas e não tratados. A microbiota dos canais com insucesso endodôntico é composta por um número bastante limitado de espécies bacterianas, que se apresentam mais resistentes aos métodos de combate à infecção utilizados na Endodontia. O objetivo deste trabalho foi estudar a microbiota de 30 dentes com insucesso do tratamento endodôntico e realizar testes de sensibilidade antimicrobiana das bactérias isoladas. Foram utilizados meios de transporte, cultura e incubação que propiciam o crescimento de bactérias anaeróbias estritas. Microrganismos viáveis estavam presentes em 80% dos casos, sendo que a maioria dos canais apresentava somente 1 ou 2 espécies bacterianas. Do total de 55 espécies bacterianas isoladas, 58% eram bactérias anaeróbias facultativas, 42% anaeróbias estritas, 80% Grani-positivas e 20% Gram-negativas. Os gêneros bacterianos mais freqüentemente isolados dos canais radiculares foram: Enterococcus (36,7%), Streptococcus (33,3%), Peptostreptococcus (23,3%), Actinomyces (13,3%), Prevotella (10%), Staphylococcus (10%), Gemella (10%), Fusobacterium (6,7%), Veil/onella (6,7%), Lactobacil/us (6,7%), Propionibacterium (3,3%) e Haemophilus (3,3%). Espécies dos gêneros Enterococcus e Peptostreptococcus foram testadas quanto à suscetibilidade antimicrobiana através do método do E-test, utilizando as seguintes substâncias: benzilpenicilina, amoxicilina, amoxicilina + ácido clavulânico, eritromicina, azitromicina e clindamicina. Enterococcus faecalis e Peptostreptococcus spp. Foram sensíveis a benzilpenicilina, amoxicilina e amoxicilina + ácido clavulânico. Entretanto, 20% dos Enterococcus faecalis foram resistentes a eritromicina e 60% a azitromicina. Concluímos que a microbiota dos canais de dentes com insucesso do tratamento endodôntico é composta em sua maioria por bactérias anaeróbias facultativas, predominantemente Gram-positivas. Os testes de suscetibilidade antimicrobiana revelaram a presença de resistência bacteriana entre espécies de Enterococcus faecalis spp. aos antibióticos eritromicina e azitromicina
ASSUNTO(S)
endodontia bacterias testes de sensibilidade bacteriana
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000215638Documentos Relacionados
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