Intoxicação experimental por swainsonina em caprinos ingerindo Ipomoea sericophylla e Ipomoea riedelii

AUTOR(ES)
FONTE

Pesquisa Veterinária Brasileira

DATA DE PUBLICAÇÃO

2007-10

RESUMO

Ipomoea sericophylla e Ipomoea riedelii causam uma doença de armazenamento de glicoproteínas em caprinos. Este trabalho relata a intoxicação experimental em caprinos por I. sericophylla e I. riedelii contendo 0,05% e 0,01% de swainsonina, respectivamente. Foram utilizados três grupos de quatro animais. O Grupo 1 recebeu doses diárias de 2g/kg peso vivo (pv) de I. sericophylla dessecada (150mg de swainsonina/kg). Os caprinos deste grupo apresentaram sinais clínicos 36-38 dias após o início da ingestão. O Grupo 2 ingeriu diariamente 2g/kg de I. riedelii dessecada (30mg de swainsonina/kg) por 70 dias. Como não foram observados sinais clínicos a dose de suainsonina foi aumentada para 60mg/kg por outros 70 dias. Os caprinos do Grupo 2 apresentaram sinais clínicos 26-65 dias após o aumento da dose de swainsonina para 60mg/kg. O Grupo 3 foi utilizado como controle. Neste experimento, a menor dose tóxica de swainsonina foi de 60mg/kg, que representa 0,0004% da matéria seca, em caprinos ingerindo 1,5% pv de matéria seca. Para caprinos ingerindo 2%-2,5% pv de matéria seca essa dose corresponderia a 0,00024%-0,0003 % da matéria seca. Após o final do experimento dois caprinos foram eutanasiados e outros seis foram observados para conferir a recuperação dos sinais clínicos. Quatro caprinos que continuaram ingerindo as plantas contendo suainsonina por 39-89 dias após os primeiros sinais clínicos permaneceram com sinais clínicos irreversíveis, enquanto que dois caprinos que ingeriram as plantas por 15 e 20 dias após os primeiros sinais clínicos se recuperaram totalmente. Estes resultados e os de trabalhos anteriores sugerem que as lesões irreversíveis, devidas à perda neuronal, ocorrem quando os caprinos continuam ingerindo a planta por aproximadamente 30 dias após o início dos sinais clínicos. Os sinais clínicos e as lesões histológicas foram similares às descritas anteriormente em animais intoxicados por plantas contendo swainsonina. Não foram observadas alterações significantes no hematócrito, número de eritrócitos e leucócitos, hemoglobina, volume corpuscular médio, concentrações séricas de glicose, proteínas totais e albumina e nas atividades séricas de gama glutamiltransferase e aspartato aminotransferase. As concentrações de swainsonina de 0,05% em I. sericophylla e 0,01% em I. riedelii são diferentes de amostras de essas plantas utilizadas em experimentos prévios, que continham 0.14% e 0,5% de swainsonina, respectivamente, demonstrando uma marcada variação entre amostras.

ASSUNTO(S)

plantas tóxicas intoxicação por planta doenças do armazenamento lisossomal swainsonina caprinos ipomoea sericophylla ipomoea riedelii

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