Interações em ambientes virtuais de aprendizagem envolvendo sujeitos com Síndrome de Down : constituição social das dimensões afetivas

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo acompanhar e observar de que maneira ocorrem as interações dos jovens com Síndrome de Down (SD) no Ambiente Virtual de Aprendizagem Eduquito, considerando as dimensões afetivas como foco principal da pesquisa. Este estudo partiu de uma concepção sócio-histórica, a partir da teoria vygotskiana. Na qual a organização e a estruturação das funções psíquicas superiores se formam no processo do desenvolvimento social do sujeito a partir das interações e colaborações com o meio social. Atualmente podemos relacionar o enfoque teórico do desenvolvimento social do ser humano com propostas de aprendizagem coletiva. Alguns ambientes virtuais de aprendizagem valorizam a abordagem colaborativa, pautada nas teorias do desenvolvimento sócio-cognitivo e afetivo das pessoas. As ferramentas de comunicação síncronas e assíncronas, que suportam as interações privilegiam a colaboração entre os participantes, possibilitando trocas afetivas, discussão, compartilhamento e o acesso às informações. Para os jovens com Síndrome de Down, a possibilidade de trabalhar no ambiente de aprendizagem Eduquito, numa perspectiva colaborativa, fomentando a interação social com outros jovens, assume um caráter fundamental. Nestas pessoas o desafio da adolescência se intensifica e mesmo quando atinge a vida adulta, muitas vezes ainda são tratados com o estereótipo de “eternas crianças”. As questões relativas à auto-estima, relacionamentos, processos de escolarização, competências e confiança, emprego, assim como os aspectos significativos da vida desses sujeitos devem ser valorizadas e trabalhadas numa perspectiva social. A presente pesquisa de cunho qualitativo embasou-se no estudo de caso. A análise das interações dos sujeitos no ambiente Eduquito a partir dos registros das observações foi organizada em torno das seguintes categorias: Estabelecimento de vínculos, Fortalecimento das relações, Percepção do eu, percepção do outro e Colaboração, tendo como eixo condutor o estudo da Afetividade. Os resultados evidenciaram que os jovens com Síndrome de Down desenvolvem competências cognitivas e afetivas através das interações interpessoais, embora nem todos tenham percorrido o processo das categorias evidenciadas. Neste sentido, ressaltamos que o ritmo e superação das dificuldades encontradas pelos sujeitos durante as atividades sempre foram levadas em conta, com vistas a fomentar um processo contínuo e diário de crescimento pessoal. Isto ressalta a importância de trabalhar as dimensões afetivas com as pessoas com SD, destacando a auto-estima como um aspecto fundamental para o desenvolvimento do bem estar pessoal. As contribuições desta pesquisa apontam para a necessidade dos sujeitos com SD interagirem com os instrumentos culturais que remetem à inclusão digital. Estes recursos relacionados à criação de estratégias de aprendizagens mediadas por ferramentas da WEB podem ser utilizados para apoiarem o desenvolvimento cognitivo, afetivo e moral desses sujeitos.

ASSUNTO(S)

educación especial educação especial síndrome de down síndrome de down ambiente de aprendizagem afectividad ambiente digital de aprendizaje ambiente virtual tecnologías de la información y comunicación tecnologias de informação e comunicação (tics) inclusão escolar inclusión vygotsky lev seminovich

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