Intecionalidade das atividades de linguagem escrita: o que dizem as crianças?

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A presente pesquisa buscou investigar o ponto de vista das crianças de uma primeira série do Ensino Fundamental sobre a intencionalidade das atividades de linguagem escrita que realizam em sala de aula. Para tanto buscamos: identificar, por meio da fala das crianças, a intencionalidade que as mesmas atribuem às atividades de linguagem escrita que realizam e analisar, por meio das ações da professora, quais intenções são atribuídas às atividades de linguagem escrita que são propostas às crianças, bem como estabelecer a relação de intencionalidade criança-professora. Os subsídios teóricos foram os pressupostos de linguagem escrita e suas intencionalidades sociais a partir de Teberosky e Colomer, (2003), Pérez e Garcia (2001), Jolibert (1994); Araújo (2002), Gonçalves (2000), Zabala (1998), Núñez e Pacheco (1997) que contribuíram para refletir sobre o conceito de intencionalidade e Delgado e Muller, 2005, 2001, Delgado, 2004; Sirota, 2001, 2005; Kramer, 2002, Sayão(2002), sobre a as práticas de ensino e de pesquisa que possibilitam dar voz à criança. A investigação apresenta uma abordagem qualitativa com base em um estudo de caso. A coleta dos dados realizou-se em uma primeira série da Rede Municipal de Ensino com 25 crianças e uma professora alfabetizadora, por meio da observação direta das ações das crianças e da professora durante a realização das atividades de linguagem escrita, entrevistas com as crianças e professora, e análise do planejamento de aula. Os registros das observações foram feitos primeiramente em diário de campo e depois transcritos em quadros organizadores junto às entrevistas para uma melhor visualização. As análises foram realizadas em dois momentos: o primeiro foi referente à intencionalidade das atividades de linguagem escrita, atribuída por meio das ações e comentários da professora; o segundo relativo à intencionalidade atribuída pelas crianças. Os eixos de análise foram o uso da linguagem escrita suas intencionalidades sociais e a compreensão do princípio do código escrito. A partir desta pesquisa, foi constatado que as crianças fornecem pistas à professora sobre as intenções sociais das atividades que realizam, mas ela não se dá conta, pois perde a oportunidade de escutá-los ou, quando o faz, deixa de compreendê-los pelo que realmente querem dizer. A professora possibilita às crianças fazerem seus comentários, mas acaba por não proporcionar uma maior reflexão do que estão dizendo. A intencionalidade social da língua por meio das ações da professora se perde

ASSUNTO(S)

written language intencionalidade educacao criança linguagem escrita crianças - linguagem child willingness

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