Insulino-resistência, Dislipidemia e Alterações Cardiovasculares num Grupo de Crianças Obesas

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Bras. Cardiol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/01/2015

RESUMO

Fundamento: As comorbidades relacionadas com a obesidade encontram-se patentes em crianças jovens obesas e são, potencialmente, um ponto de partida para as doenças cardiovasculares em adultos jovens. Objetivos: Comparar e correlacionar marcadores de adiposidade com distúrbios metabólicos e alterações cardiovasculares numa coorte de crianças obesas europeias. Métodos: Estudo observacional e transversal de uma coorte composta por 121 crianças obesas de ambos os gêneros, entre 6 e 17 anos de idade. O grupo controle incluiu 40 crianças com índice de massa corporal normal dentro da mesma faixa etária. Analisamos marcadores de adiposidade, lípides e lipoproteínas, o índice de insulino-resistência, a espessura da camada íntima-média da artéria carótida comum e os diâmetros do ventrículo esquerdo. Resultados: Observamos diferenças significativas entre os grupos controle e obeso para todos os parâmetros em análise, com todos os valores mais elevados no grupo obeso, exceto a idade, a lipoproteína de alta densidade e a adiponectina, superiores no grupo controle. No grupo obeso, o índice de massa corporal correlacionou‑se diretamente com a massa ventricular esquerda (r=0,542; p=0,001), com o índice de insulino-resistência (r = 0,378; p = < 0,001) e com a espessura da camada íntima-média da artéria carótida comum (r = 0,378; p = <0,001). Ainda no grupo obeso, 38,1% tinham insulino-resistência, 12,5% apresentavam um padrão de dislipidemia combinada, e hipertrofia excêntrica foi a forma geométrica ventricular mais observada. Conclusões: Os resultados obtidos sugerem que os marcadores analizados podem ser utilizados para aferir risco cardiovascular, assim como para avaliar o impacto analítico e morfológico dos programas de redução de peso.

ASSUNTO(S)

obesidade pediátrica resistência à insulina dislipidemias doenças cardiovasculares

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