Influencia do agrecam sobre a migração das celulas de Schwann in vitro e regeneração nervosa periferica in vivo apos transecção do nervo ciatico

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

A regeneração nervosa periférica é um fenômeno complexo que envolve diferentes tipos celulares, os quais auxiliam na regeneração axonal e na reorganização dos componentes da matriz extracelular do microambiente do nervo. Nesse, estão presentes as células de Schwann, fibroblastos, macrófagos, fibras de colágeno, laminina, fibronectina e proteoglicanos. Entre os componentes não neurais, as células de Schwann são fundamentais para o processo regenerativo, pois fagocitam os fragmentos de axônios e de bainha de mielina em degeneração no coto distal, guiam os axônios em regeneração através das bandas de Büngner e secretam fatores neurotróficos para a sobrevivência e crescimento neuronal. Entre os componentes da matriz extracelular, os proteoglicanos apresentam a propriedade de reter substâncias hidrossolúveis, interagir com outros componentes da matriz extracelular, e funcionar como receptores para fatores de crescimento. Tendo-se em vista as características estruturais dos proteoglicanos no que diz respeito à sua capacidade de retenção de moléculas hidrossolúveis, bem como a homologia de seus componentes a fatores de crescimento, o presente trabalho teve como objetivo investigar os efeitos do agrecan sobre a regeneração axonal in vivo, empregando-se a técnica da tubulização do nervo ciático. Adicionalmente, seus efeitos sobre o comportamento das células de Schwann serão investigados in vitro, através da cultura de explantes de nervo ciático. O nervo ciático esquerdo dos camundongos C57BL/6J (n=20) foi transeccionado e os cotos proximal e distal foram suturados no interior de um tubo de polietileno, permanecendo uma distância de 4mm entre os cotos. No grupo controle o tubo foi implantado e deixado vazio enquanto que no grupo experimental, esse foi preenchido com agrecam. Após 5 semanas, os animais foram sacrificados e o nervo regenerado foi processado para imunoístoquimica e microscopia eletrônica. Em cultura, nervos ciáticos de ratos Wistar (n=10) foram utilizados para estudo da migração e viabilidade celular. Os resultados in vitro mostraram que a migração e viabilidade celular foram maiores quando utilizada menor concentração de soro fetal bovino (20%) associada ao acréscimo do agrecam. In vivo, houve um aumento do número de fibras quando utilizado o agrecam (2343±370,31) em relação ao grupo controle (1522±424,58). Embora o diâmetro axonal, o diâmetro da fibra e a espessura da bainha de mielina tenham sido menores quando utilizado agrecam (3,01µm±0,10; 3,86µm±1,22; 0,36µm±0,10) em relação ao grupo controle (3,40µm±1,37; 4,53µm±1,56; 0,44µm±011), a razão "g" indicou que o padrão de mielinização foi proporcional ao diâmetro axonal no grupo com agrecam (0,76±0,06) e no controle (0,74±0,08). Os resultados desse estudo reforçam a hipótese que o agrecam, devido as propriedades biológicas e capacidade trófica, contribui para o processo da regeneração axonal e tem efeitos positivos sobre as células de Schwann.

ASSUNTO(S)

proteoglicanos sistema nervoso cultura matriz extracelular

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