Influência das variáveis climáticas em casos de dengue nas cidades da Baixada Santista (sudeste do Brasil) e Cingapura(sudeste asiático) / Influence of climatic variables in dengue cases in the cities of Baixada Santista (southeastern Brazil) and Singapore (Southeast Asia)

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

01/06/2012

RESUMO

Neste estudo, baseado na análise de séries temporais para um período de 8 anos, correlacionou-se os casos de dengue com as variáveis climáticas das cidades da Baixada Santista (sudeste brasileiro) e de Cingapura (sudeste asiático). O estudo foi feito com o uso de um modelo de regressão de Poisson (MRP), que considera os casos de dengue como a variável dependente e as variáveis climáticas: precipitação, temperatura (máxima e mínima) e umidade relativa (máxima e mínima) como as variáveis independentes. Também foi utilizada a Análise de Componentes Principais (ACP) para escolher as variáveis que influenciam no aumento do número de casos de dengue nas cidades estudadas. A CP1 (componente principal 1) foi representada pelas temperaturas (máxima e mínima) e a precipitação e a CP2 (componente principal 2) pela umidade relativa (máxima e mínima). Calculou-se o acréscimo dos novos casos de dengue e o risco relativo de ocorrência da doença por influência de cada uma das variáveis climáticas. Na Baixada Santista, os maiores valores de precipitação e temperatura ocorrem nos meses de dezembro e janeiro (verão) e o aumento dos casos de dengue ocorre nos meses de março a maio (outono). Para Cingapura, a diminuição da precipitação e o aumento da temperatura ocorrem nos meses de março a maio (pré-monção de sudoeste), e, portanto, observa-se o aumento dos casos de dengue nos meses de junho a outubro (monção de sudoeste). Os resultados foram: em Cingapura, para 2oC a 10oC de variação na temperatura (máxima e mínima), houve um aumento médio dos casos de dengue de 22,2% a 184,6% (máxima) e de 26,1% a 230,3% (mínima). O risco relativo médio foi de 1,2% a 2,9% e de 1,3% a 3,3%, respectivamente. Para precipitação, a variação de 5mm a 55mm, houve o aumento dos casos de dengue de 5,6% a 83,2%, sendo e o risco relativo médio foi de 1,06% a 1,83%. A umidade relativa após a análise de correlação foi descartada no uso do modelo de regressão de Poisson por apresentar uma correlação muito baixa. Para a Baixada Santista, a variação da temperatura de 2oC a 10oC apresentou um acréscimo médio nos casos de dengue de 19,6% a 154,4% (máxima) e de 18,2% a 145,4% (mínima). O risco relativo médio foi de 1,20% a 2,54% e de 1,18% a 2,45%, respectivamente. A variação da precipitação de 5mm a 55mm apresentou um aumento dos casos de dengue de 3,92% a 53,10%. A umidade relativa mínima variando de 2% a 10%, o acréscimo dos casos de dengue foi 7,7% a 49,4%, sendo que o risco relativo foi de 1,08% a 1,49%. Assim, após várias análises, a temperatura mínima foi um dos preditores para ocorrência do aumento dos casos de dengue em Cingapura, sendo que há uma influência bem particular da precipitação, na qual, atua significativamente no período seco (pré-monção de sudoeste). Enquanto que na Baixada Santista as influências mais significativas foram da temperatura (máxima e mínima) e precipitação, que desenvolvem conjuntamente um bom cenário de atuação do vetor no período do outono

ASSUNTO(S)

dengue dengue fever minimum temperature precipitação rainfall relative risk risco relativo temperatura mínima

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