Influência da obesidade na farmacocinética do propranolol em pacientes submetidos à revascularização do miocárdio com circulação extracorpórea

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas

DATA DE PUBLICAÇÃO

2003-12

RESUMO

As concentrações plasmáticas e a disposição cinética do propranolol podem ser alteradas pela circulação extracorpórea (CEC). Investigou-se a influência da obesidade na farmacocinética do propranolol em pacientes submetidos à revascularização do miocárdio empregando a CEC. Investigaram-se quinze pacientes, recebendo cronicamente propranolol no pré- (10-40 mg, 2 a 3 vezes ao dia PO) e no pós-operatório (10 mg, 1 vez ao dia) sendo os mesmos distribuídos em dois grupos: obesos (n = 9, média 29,4) kg/m²; e não-obesos (n = 6, média 24,8 kg/m²). Colheram-se amostras seriadas de sangue nos períodos pré- e pós-operatório (Ä); determinaram-se as concentrações plasmáticas do propranolol através da cromatografia líquida de alta eficiência. Aplicou-se o software PK Solutions 2.0 para estimativa dos parâmetros cinéticos. Não se registrou alteração na farmacocinética do propranolol avaliada através dos parâmetros meia-vida biológica (t1/2), volume de distribuição aparente (Vd/F) e depuração plasmática (CL T/F) no grupo de pacientes não-obesos, enquanto prolongamento relevante da t1/2 (3,2 para 11,2 h, p<0,0039), aumento no Vd/F (3,0 para 7,7 L/kg, p < 0,0039) e redução no CL T/F (11,3 para 9,2 mL/min.kg, p<0,0391) foram observados no grupo de pacientes obesos, no pós-operatório de revascularização do miocárdio empregando circulação extracorpórea e hipotermia. Os parâmetros farmacocinéticos obtidos poderiam justificar as concentrações plasmáticas do propranolol nos pacientes obesos superiores àquelas obtidas para não obesos após a cirurgia cardíaca.

ASSUNTO(S)

propranolol farmacocinética circulação extracorpórea obesidade

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