Indicadores de prognóstico cirúrgico pela ressonância magnética do encéfalo em pacientes portadores de epilepsia do lobo temporal com esclerose hipocampal submetido a amigdalohipocampectomia

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Argumentos: Este estudo foi realizado baseado no fato de mesmo que a epilepsia do lobo temporal com esclerose hipocampal (ELT/EH) seja uma síndrome bem descrita e conhecida, a evolução pós-operatória não é homogênea. Mesmo nos grupos homogêneos com lesões estritamente unilaterais tanto na imagem quanto no EEG, cerca de 15 a 25% dos pacientes permanecem com crises nos meses ou anos que se seguem a cirurgia. Isto é verdade mesmo nos pacientes em que as estruturas temporais mesiais tenham sido corretamente ressecadas.As razões para a manutenção das crises no pós-operatório permanecem pouco explicadas nesta subpopulação de pacientes e nós procuramos explorar algumas possibilidades. Objetivos: (i) Estudar aspectos clínicos e as imagens no pré e pós-operatório destes pacientes com ELT/EH estritamente unilateral que se submeteram a Amigdalohipocampectomia Seletiva (AHS). (ii) Comparar variáveis clínicas e de neuroimagem em pacientes que controlaram as crises no pós-operatório com os pacientes que permaneceram com crises no pós-operatório. Pacientes e métodos: Selecionamos 60 pacientes com ELT/EH estritamente unilaterais, refratários às drogas antiepilépticas que foram submetidos à AHS com ressecção uniforme das estruturas temporais mesiais. Todos eles foram exaustivamente examinados préoperatoriamente incluindo protocolos de RM para avaliação quantitativa e qualitativamente focando os lobos temporais. Avaliações qualitativas e quantitativas de outras estruturas mesiais, dos pólos temporais e giros temporais laterais foram realizadas. No pós-operatório avaliamos de maneira semiquantitativa as modificações de sinal e estruturais dos pólos e giros temporais remanescentes no lado operado. A significância estatística foi estabelecida em 1%. Resultados: Não foram encontradas diferenças significativas nas avaliações realizadas nas variáveis clínicas e demográficas, bem como nas avaliações qualitativas e quantitativas entre os pacientes que tiveram controle das crises e aqueles que permaneceram com crises. A análise semiquantitativa obtida através dos exames de ressonância magnética, do tecido remanescente do lobo temporal, operado mostrou que o grupo com permanência de crises xiv apresentava extensas alterações na substância branca quando comparado com o grupo ficou livre das crises (p<0.001). Conclusão: O dano da substância branca do neocórtex temporal, nos pacientes com ELT/EH refratários ao tratamento clínico e submetidos a AHS, pode mediar a persistência das crises no pós-operatório. Isto sugere que um melhor entendimento dos mecanismos patogênicos do comprometimento da substância branca dos lobos temporais associados a AHS pode reduzir uma percentagem de pacientes que não permanece livre de crises após este procedimento.

ASSUNTO(S)

encÉfalo medicina neurociÊncia epilepsia do lobo temporal

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