Indicadores da qualidade da bacia hidrográfica para gestão integrada dos recursos hídricos. Estudo de caso: Bacia hidrográfica do Médio Tocantins (TO).

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

O presente trabalho teve como propósito diagnosticar as condições da bacia hidrográfica do Médio Tocantins onde foi construída a Usina hidrelétrica Luiz Eduardo Magalhães ou represa do Lajeado, recentemente entrou em operação em 2002, a qualidade da água tanto da represa como dos seus afluentes e apontar os indicadores que condicionam a qualidade da bacia hidrográfica e que podem influir tanto na qualidade como na quantidade dos recursos hídricos, servindo de ferramenta para o gerenciamento integrado da bacia e dos sistemas hídricos. A bacia do médio Rio Tocantins é composta de 13 sub-bacias. Foram selecionadas 4 sub-bacias: sendo, duas de alto impacto por atividades humanas ( sub bacias do Ribeirão da Água Fria e do Córrego São João ) e duas de baixo impacto ( sub bacias do Rio Lajeado e do Ribeirão São João). A qualidade das sub bacias foi avaliada por meio da condição e da vulnerabilidade da bacia hidrográfica. Para caracterizar a condição da bacia foi utilizado como indicador o seu estado de conservação (percentual de áreas de vegetação primitiva, áreas de culturas, urbanização, preservação de áreas alagadas). Análise limnológica química, física e biológica das águas do reservatório em escala de tempo real e estacional foi realizada a fim de verificar a dinâmica do sistema. Foi investigada também a hidrodinâmica ou seja a circulação das massas de água do reservatório e o processo de eutrofização aplicando modelos matemáticos e índice de estado trófico. Os resultados revelam que das quatro sub bacias analisadas, as duas fortemente impactadas (Ribeirão da Água Fria e Córrego São João) apresentam maior percentual de áreas ocupadas pela atividade humana, (56% a 61%) contra 36% a 41% de áreas de vegetação primitiva e preservação de áreas alagadas. Por outro lado as duas sub-bacias pouco impactadas ( Ribeirão do Lajeado e Ribeirão do São João) apresentaram um percentual inverso: 54 a 56% de áreas de vegetação primitiva e preservação de áreas alagadas e 41 a 44% de áreas ocupadas por atividades humanas. A expansão demográfica constitui-se no principal indicador da redução da qualidade da bacia e conseqüente aumento do processo de eutrofização. A qualidade de água do reservatório na sua intensidade pode ser considerada boa de acordo com base nos dados limnológicos analisados sendo seu estado trófico caracterizado por uma oligotrofia com tendência à mesotrofia (estado de transição entre oligotrofia e mesotrofia). A bacia do Médio Tocantins ainda é uma bacia ainda pouco explorada por atividades humanas, porém se não houver um plano bem elaborado de conservação e de gestão ambiental e dos seus recursos hídricos, em pouco tempo poderá sofrer uma degradação ambiental e dos seus recursos hídricos de forma irreversível, como tem sido observado em muitas outras bacias hidrográficas de outros Estados do Brasil. Com base na análise dos dados da dinâmica do reservatório (circulação vertical e horizontal) e de suas relações com as bacias hidrográficas, desenvolveu-se um plano de gerenciamento enfatizando análises de risco, eutrofização e transporte de sedimentos. Finalmente foi proposto um projeto de zoneamento ambiental na tentativa de embasar-se e com a possibilidade de tornarse permanente ao gerenciamento da bacia.

ASSUNTO(S)

indicadores de qualidade water quality limnologia indicators bacias hidrográficas limnology of reservoir ecologia aquática ecologia water resources management Água - qualidade conservation planning watershed quality

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