Inclusão de tanino condensado em dietas com alto teor de concentrado para bovinos de corte / Influence of condensed tannin in beef steers fed high concentrate diet

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/02/2010

RESUMO

Quatro bovinos de corte, com peso corporal médio de 407 12 kg, fistulados no rúmen e abomaso, foram distribuídos em um quadrado latino 4 x 4, em esquema fatorial 2 x 2, com o objetivo de avaliar a eficiência da inclusão de tanino condensado e/ou farelo de soja a dietas de bovinos de corte submetidos a altos níveis de concentrado sobre o consumo, digestibilidade aparente total e parcial, fluxo de nutrientes, excreção de nitrogênio e uréia pela urina, balanço de nitrogênio (BN), perfil protéico, perfil de ácidos graxos voláteis (AGV) no rúmen, pH ruminal, concentração de amônia ruminal e eficiência microbiana. A alimentação basal dos animais foi composta por ração contendo 87% de concentrado e constituída por milho (moído grosso), caroço de algodão, bagaço de cana in natura e núcleo mineral, fornecida ad libitum. Os quatro tratamentos foram: dieta com farelo de soja e tanino condensado (FST); dieta com farelo de soja sem tanino condensado (FS); dieta sem farelo de soja e com tanino condensado (CAT) e dieta sem farelo de soja e sem tanino condensado (CA). Como fonte de tanino condensado utilizou-se extrato de quebracho. Não se verificou efeito (P>0,10) da suplementação com TC sobre o consumo de MS e de nutrientes. Verificou-se efeito positivo (P<0,10) da suplementação com TC sobre a digestibilidade do extrato etéreo. Os valores de nitrogênio uréico na urina (NUU) e nitrogênio total na urina (NU) foram menores (P<0,10) com a suplementação de tanino condensado. Os níveis de nitrogênio uréico no soro (NUS) não foram diferentes (P>0,10) entre os tratamentos avaliados. O balanço de nitrogênio (BN) indicou que a utilização de tanino condensado melhorou a eficiência de utilização de nitrogênio (P<0,10). Verificou-se efeito da interação (P<0,10) entre tanino condensado e farelo de soja sobre a digestibilidade ruminal da proteína, taxa de digestão da PB, a proteína não degradada no rúmen (PNDR), a estimativa de proteína metabolizável (PM) e sobre a razão PM:PB, onde a suplementação conjunta com TC e farelo de soja reduziu a degradabilidade ruminal e, consequentemente, a taxa de digestão, aumentou o fluxo de PNDR e de PM e melhorou a relação PM:PB. A quantidade de proteína microbiana no abomaso e a eficiência microbiana não sofreram alterações nos tratamentos avaliados (P>0,10). Não houve diferença no pH, AGV e nitrogênio amoniacal (N-NH3) ruminal frente à adição de tanino condensado, porém, os parâmetros ruminais foram influenciados pelo tempo de coleta das amostras. Verificou-se aumento do consumo de proteína bruta (P<0,10) frente à inclusão de farelo de soja. A digestibilidade ruminal e total do extrato etéreo foi maior com a remoção do farelo de soja da dieta. A taxa de passagem da MS não diferiu entre os tratamentos avaliados. A inclusão de farelo de soja à dieta acarretou aumento (P<0,10) nas taxas de digestão da MO, PB e FDNcp. Os níveis de NUU e NU foram mais elevados com a suplementação com FS. Houve aumento do N ingerido e do N excretado via urina e fezes (P<0,10) quando adicionado farelo de soja à dieta, não havendo modificações no BN (P>0,10). O N-NH3 aumentou e o pH ruminal diminuiu com a inclusão de farelo de soja (P<0,10). As concentrações de AGV não se diferenciaram com a adição de farelo de soja. Verificou-se que a utilização de tanino condensado (0,4% sobre a MS da dieta) como aditivo para bovinos de corte alimentados com dietas de alto teor de concentrado e com farelo de soja como fonte de proteína verdadeira diminui a taxa de digestão e degradabilidade ruminal da proteína bruta, sem alterar o consumo dos animais, implicando em efeitos positivos sobre a utilização da proteína bruta, aumentando os níveis de proteína metabolizável e diminuindo o desperdicio de nitrogênio sem alterar os parâmetros ruminais, otimizando a assimilação de nitrogênio no ambiente ruminal.

ASSUNTO(S)

pndr pdr proteína metabolizável nutricao e alimentacao animal rup metabolizable protein

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