Importância das pétalas no desenvolvimento do mofo-cinzento do morangueiro

AUTOR(ES)
FONTE

Fitopatologia Brasileira

DATA DE PUBLICAÇÃO

2003-01

RESUMO

Neste trabalho objetivou-se estudar a importância de partes florais, especialmente pétalas, como fonte de inóculo no desenvolvimento do mofo-cinzento dos frutos do morangueiro (Fragaria x ananassa), causado por Botrytis cinerea, e identificar os estágios de floração e frutificação nos quais a presença de pétalas pode influir no aumento da doença. Preliminarmente, em 1998, foi avaliada a distribuição espacial de B. cinerea nas flores e caracterizou-se o tipo de sintoma inicial do mofo-cinzento nos frutos. Em pétalas, o patógeno esteve presente em 65 a 85% das flores. Estames foram colonizados em 85 a 100% dos casos. Sintomas iniciais do mofo-cinzento estiveram localizados sob as sépalas em 65 a 85% dos casos, dos quais 50% apresentaram presença de pétalas. Em 1999, conduziram-se quatro experimentos para estudar o efeito da remoção de pétalas na incidência do mofo-cinzento nos frutos. A incidência do mofo-cinzento em frutos, média dos quatro experimentos, com uma ou mais pétalas presentes até a colheita foi em torno de 55% a mais do que nos frutos onde pétalas foram removidas ou caíram naturalmente no final da floração. Não houve diferença na incidência do mofo-cinzento entre os tratamentos com remoção de pétalas até no estágio de flor-jovem, flor-velha e fruto-verde. Conclui-se que pétalas podem constituir-se numa fonte efetiva e estável de inóculo de B. cinerea, capaz de causar infecção nos frutos. Considerando uma alta probabilidade de permanência de pétalas durante o estágio expansão e amadurecimento de frutos, a remoção e/ou neutralização dessas pétalas como fonte de inóculo, pode contribuir substancialmente na redução do mofo-cinzento do morangueiro, mesmo que a percentagem de retenção de pétalas nos frutos até a colheita for baixa.

Documentos Relacionados