Importância da medida dos níveis de infliximabe em pacientes com doença inflamatória intestinal: uma coorte Brasileira

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Gastroenterol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

21/09/2017

RESUMO

RESUMO CONTEÚDO: Doença de Crohn e retocolite ulcerativa são doenças inflamatórias intestinais crônicas. Nelas, ocorre aumento da produção de fator de necrose tumoral alfa (TNF-α). Pacientes que falham no tratamento convencional imunossupressor, requerem uso de terapia imunobiológica, que são anticorpos monoclonais, principalmente os anti-TNF-α. O infliximabe é uma droga anti-TNF-α, uma imunoglobulina quimérica, com componente murino. Este é responsável pela imunogenicidade da droga e a formação de anticorpos. Presença de anticorpos antidroga pode ser responsável pelos eventos adversos e redução da eficácia da droga. Pacientes com doenças inflamatórias intestinais, em terapia imunossupressora com medicação biológica como o infliximabe, podem ter recaída da doença e muitas vezes isso não se relaciona com a sintomatologia do paciente. Por isso há a necessidade de um método de avaliação do efeito da droga como a dosagem do nivel sérico do infliximabe, bem como da pesquisa de anticorpos. OBJETIVO: O estudo tem como objetivo conhecer os níveis séricos do infliximabe e dos anticorpos anti-infliximabe em pacientes com doença inflamatória intestinal em terapia de manutenção ou pós-indução e descrever as condutas terapêuticas que foram modificadas em função dos níveis séricos de infliximabe e anticorpos para infliximabe. MÉTODOS: Trata-se de estudo restrospectivo, com análise da dosagem dos níveis séricos de infliximabe e anticorpos para Infliximabe. Foram incluídos 45 pacientes, num total de 63 coletas de dosagem de infliximabe. RESULTADOS: Vinte e um paciente estavam com o nível sérico de infliximabe adequado, níveis subterapêuticos em 31 pacientes e níveis supraterapêuticos em 11 pacientes. Sete pacientes tiveram a medicação suspensa por falha terapêutica ou altos níveis de anticorpos para infliximabe. CONCLUSÃO: Apenas um terço dos pacientes apresentavam níveis adequados de infliximabe e 36% dos pacientes apresentavam níveis subterapêuticos ao término da indução. Em cerca de 46% das amostras a conduta adotada se baseou nos níveis de infliximabe e anticorpos para infliximabe demonstrando a importância de se ter esta ferramenta para auxílio no manejo clínico dos pacientes portadores de doenças inflamatórias intestinais em terapia biológica.

ASSUNTO(S)

doenças inflamatórias intestinais, terapia doença de crohn colite ulcerativa infliximab fator de necrose tumoral alfa anticorpos monoclonais, imunologia

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