Dosagem do nível sérico do infliximabe em pacientes com doença inflamatória intestinal em remissão: uma análise comparativa de dois diferentes métodos em uma coorte multicêntrica brasileira
AUTOR(ES)
TEIXEIRA, Fábio Vieira, SASSAKI, Ligia Yukie, SAAD-HOSSNE, Rogerio, BAIMA, Julio Pinheiro, MAGRO, Daniéla Oliveira, COY, Claudio Saddy Rodrigues, KOTZE, Paulo Gustavo
FONTE
Arq. Gastroenterol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2018-06
RESUMO
RESUMO CONTEXTO: A monitorização dos níveis séricos do infliximabe (IFX) é uma importante ferramenta para guiar a tomada de decisão nos pacientes com doença inflamatória intestinal. No presente momento existem dois tipos de métodos para quantificar nível sérico de IFX disponíveis no mercado: o ELISA e o teste rápido. O método ELISA é o mais usado em todo o mundo, todavia os resultados demoram de 1 a 2 dias para estar disponíveis para uso clínico. Além disso, o ELISA é um método que requer um técnico especializado para realizá-lo. Ao contrário, os resultados do teste rápido estão disponíveis em 20 a 30 minutos e esse pode ser realizado por um funcionário não especializado. OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi comparar o teste rápido (QB-IFX) com o teste ELISA para determinação quantitativa do nível sérico de IFX em uma coorte de pacientes com doença inflamatória intestinal. MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal multicêntrico com inclusão de 49 pacientes em terapia de manutenção com IFX. Amostra sanguínea para dosagem sérica do IFX foi coletada imediatamente antes da infusão. A dosagem sérica do IFX foi classificada em indetectável, baixo (<3,0 μg/mL), adequado (3,1-7,0 μg/mL) ou alto (>7,1 μg/mL). A sensibilidade e a especificidade de cada teste e a comparação entre os testes foram avaliados através de curva ROC. RESULTADOS: Foram avaliados 34 pacientes com doença de Crohn e 15 pacientes com retocolite ulcerativa em remissão clínica da doença. A maioria dos pacientes apresentou níveis baixos ou adequados do IFX sérico de acordo com ambos os métodos de dosagem. Não houve diferença significativa entre os métodos quando avaliados categoricamente (P=0,84). A análise da curva ROC identificou limites de concentrações >2,9 μg/mL com o teste rápido QB-IFX (AUC ROC, 0,82; P<0,0001, sensibilidade: 100%; especificidade: 61.9%), e >3,83 μg/mL usando o método ELISA (AUC ROC, 0,96; P<0,0001, sensibilidade: 100%; especificidade: 92,9%). CONCLUSÃO: Os testes QB-IFX e ELISA foram comparáveis para dosagem do nível sérico de IFX. Ambos os métodos são acurados e apresentaram boa sensibilidade e especificidade para detecção de níveis indetectáveis, níveis baixos e níveis adequados, porém mostraram pouca especificidade para níveis supra terapêuticos da droga.
ASSUNTO(S)
doença de crohn proctocolite infliximab monitoramento de medicamentos
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