Implantação do regime de progressão continuada: um estudo sobre a participação de professores

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Há décadas, a educação de modo geral vem passando por reformas que pretendem adequá-las às exigências de uma nova sociedade. Diversos estudos têm apontado que muitas dessas reformas partiram dos órgãos centrais com quase nenhuma discussão envolvendo aqueles que teriam a tarefa de implementá-las. Mesmo com discursos de democracia e participação, na maioria dos casos os profissionais de educação que neste trabalho são os professores continuam à margem das decisões, dificultando, assim, as devidas adequações que fazem parte da realidade em que vivem. Além disso, diversos estudos sobre as propostas de reformas apontam que estas não respeitam a cultura e as aspirações da comunidade escolar e, por isso, acabam sofrendo modificações face à idéia original quando se analisa o que vem sendo praticado na escola. Assim, este trabalho se dedicou à tentativa de investigar como se deu um processo que pretendeu ter a participação dos professores na implantação de uma política pública, neste caso a progressão continuada. Buscou sistematizar as práticas existentes no processo de discussão desse tema no período de janeiro de 1999 a dezembro de 2000. Consistiu numa pesquisa de abordagem qualitativa, se utilizou da análise de documentos e entrevistas semi-estruturadas, com o objetivo de ouvir os reformadores e os reformados, como denominou Gimeno Sacristán, ou seja, um órgão central, no caso, Secretaria Municipal de Educação e os professores do ensino fundamental da rede de uma cidade da Grande São Paulo. A análise dos dados foi feita a partir de cinco chaves de análise: organização dos horários e locais, práticas das reuniões, processo de discussão, elaboração de fichas avaliativas e avaliação do processo, que puderam ser cotejadas entre si. Contou com referenciais teóricos trazidos por Pérez Gómez sobre a cultura da escola, com as contribuições de Hargreaves quanto aos conceitos de colaboração espontânea, colegialidade artificial e balcanização do ensino e Silva quanto a necessidade de se ampliar o conceito de participação. Ao pesquisar quais foram as práticas utilizadas durante o processo de discussão foi possível verificar que os professores participaram com sugestões para a implantação dos ciclos e da progressão continuada e que a obrigatoriedade de participar dos encontros não diminuiu o interesse pelo assunto

ASSUNTO(S)

educação e estado reforma do ensino. participação dos professores educação: historia, política, sociedade educacao

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