IMPAIRED QUALITY OF LIFE IN CHAGAS ACALASIA PATIENTS AND ASSOCIATED CLINICAL FACTORS

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FONTE

Arquivos de Gastroenterologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2022

RESUMO

RESUMO Contexto: Não encontramos na literatura estudos sobre a qualidade de vida em pacientes com acalásia chagásica especificamente. Objetivo: Comparar a qualidade de vida de pacientes com acalásia chagásica e a da população em geral. Também, correlacionar a qualidade de vida nestes pacientes com fatores clínicos que possam afetá-la. Métodos: Estudamos 60 pacientes com acalásia chagásica e 50 controles. Todos os pacientes foram submetidos à manometria esofágica para diagnóstico de acalásia e esofagograma técnica padrão para determinar o grau do megaesôfago. Usamos 3 questionários: 1) clínico: foram coletados os seguintes dados: demográficos, história clínica, índice de massa corporal, presença de seis sintomas esofágicos (definimos Escore de Sintomas Esofágicos como o número de sintomas relatados pelos pacientes), duração da disfagia; 2) avaliação sócio-econômico-cultural: sete questões sobre as condições sócio-econômico-culturais foram perguntadas para pacientes e controles; 3) qualidade de vida: foi avaliada pelo questionário SF-36, versão validada para o português-Brasil (licença QM020039). Este é um questionário genérico que mede a qualidade de vida em oito domínios: 3a) quatro físicos: capacidade funcional, aspectos físicos, dor corporal, estado geral de saúde; 3b) quatro mentais: vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais, saúde mental. Estes oito domínios podem ser compilados em dois escores: Sumário dos Escores Físicos e Sumário dos Escores Mentais. Na análise de fatores clínicos que pudessem afetar a qualidade de vida dos pacientes, avaliamos: escores de sintomas esofágicos, duração da disfagia, índice de massa corporal, graus de megaesôfago e presença/ausência de megacólon. Resultados: Os dois grupos (pacientes e controles) apresentaram semelhantes idade, gênero, história médica e condições socioeconômico-culturais (P>0,05). Todos os pacientes tinham disfagia e megaesôfago. Com relação à qualidade de vida, pacientes com acalásia chagásica apresentaram valores significativamente menores do que os controles em todos os domínios do questionário SF-36 (domínios físicos: P<0,002; domínios mentais: P<0,0027). Os Sumários dos Escores Físicos e Mentais também foram significativamente menores em pacientes do que nos controles (P<0.0062). A análise dos fatores clínicos que poderiam afetar a qualidade de vida nos pacientes mostrou que o Sumário dos Escores Físicos se correlaciona negativamente com o Escores Dos Sintomas Esofágicos (P=0,0011) e positivamente com o índice de massa corporal (P=0,02). Não observamos qualquer outra correlação. Conclusão: Pacientes com Acalásia Chagásica têm pior qualidade de vida que a população em geral, em todos os domínios físicos e mentais. Pacientes que relataram mais sintomas apresentaram pior qualidade de vida nos domínios físicos. Pacientes com valores maiores de índice de massa corporal apresentaram melhor qualidade de vida nos domínios físicos.

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