IMPACTO DA RESPIRAÇÃO ORAL OCORRIDA DURANTE A INFÂNCIA NA FASE ADULTA: ASPECTOS FÍSICOS E QUALIDADE DE VIDA / IMPACT OF MOUTH BREATHING OCCURRED DURING CHILDHOOD IN THE ADULT AGE: PHYSICAL ASPECTS AND QUALITY OF LIFE

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

03/03/2011

RESUMO

A criança que apresenta respiração oral pode sofrer diversas alterações em diferentes sistemas do corpo humano. O ato de respirar pela boca pode acometer o crescimento e desenvolvimento das estruturas e funções do sistema estomatognático, bem como do sistema respiratório, postura corporal e qualidade de vida. Por esta razão, a respiração oral na infância pode provocar repercussões na idade adulta em níveis físico e psicológico com prejuízo na qualidade de vida. Desta forma, a presente pesquisa teve como objetivo avaliar o impacto da respiração oral na idade adulta nos aspectos físicos e na qualidade de vida. Para tanto, foram selecionados 24 adultos, de 18 a 30 anos, com história de respiração oral na infância que compuseram o grupo de estudo (GE). O grupo de controle (GC) foi constituído por 20 adultos da mesma faixa etária, sem comprometimento respiratório significante desde a infância. Todos os voluntários realizaram uma avaliação fisioterapêutica composta de avaliação postural por biofotogrametria e avaliação dos parâmetros ventilatórios tais como: medida das pressões respiratórias máximas, pico de fluxo expiratório, cirtometria tóraco-abdominal e teste de caminhada de seis minutos. Além disso, todos responderam ao questionário de qualidade de vida SF-36. Apenas os voluntários do grupo de estudo realizaram avaliação otorrinolaringológica e fonoaudiológica. Entre as variáveis analisadas na avaliação fonoaudiológica do GE, destacam-se a presença de postura habitual dos lábios abertos ou entreabertos em 55% da amostra, palato profundo em 60%, bochechas assimétricas em 75% e a forma do lábio inferior com eversão discreta ou acentuada em 95% dos indivíduos. Os resultados da avaliação postural demonstraram que o GE apresenta maior anteriorização da cabeça confirmada pela medida de dois ângulos diferentes (p=0,0000; p=0,0414) e ainda pela distância cervical (p=0,0079). Além disso, os adultos desta pesquisa com história de respiração oral na infância apresentaram uma maior medida angular da lordose lombar (p=0,0141) quando comparada ao GC. Na avaliação ventilatória houve diferença estatisticamente significante nas medidas percentuais previstas das pressões respiratórias máximas (p=0,0007; p=0,0000), bem como na distância percorrida no teste de caminhada (p=0,0032), ambas com valores inferiores no GE. Também foi significativamente menor o escore no domínio Estado Geral de Saúde avaliado pelo questionário de qualidade de vida neste grupo (p=0,0019). Com isso, conclui-se que adultos com história de respiração oral na infância apresentam ou mantém alterações na postura de cabeça e coluna lombar, na força dos músculos respiratórios, no desempenho aeróbico e na qualidade de vida.

ASSUNTO(S)

músculos respiratórios, qualidade de vida postura respiração bucal fonoaudiologia posture mouth breathing respiratory muscles quality of life

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