Impacto da exposição académica no estado de saúde de estudantes universitários

AUTOR(ES)
FONTE

Revista de Saúde Pública

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011-02

RESUMO

OBJETIVO: Avaliar a influência da vida académica na saúde de estudantes universitários. MÉTODOS: Estudo longitudinal envolvendo 154 estudantes de graduação da Universidade de Aveiro, Portugal, por pelo menos dois anos de acompanhamento. Características sociodemográficas e comportamentais foram recordados, por meio de questionários. Foram medidos peso, altura, pressão arterial, glicemia, perfil lipídico e os níveis séricos de homocisteína dos alunos. Foi realizada análise de regressão com modelos lineares mistos considerando as medidas repetidas de cada sujeito. RESULTADOS: Estudantes expostos à vida académica, quando comparados àqueles de ingresso recente à universidade apresentaram proporção mais elevada de dislipidemia (44,0% versus 28,6%), sobrepeso (16,3% versus 12,5%) e tabagismo (19,3% versus 0,0%). No geral, foi observada alta proporção de sedentarismo (cerca de 80%). O colesterol total, lipoproteína de alta densidade, triglicérides, pressão arterial sistólica e níveis de atividade física apresentaram associação significativa com o género (p < 0,001). A exposição académica apresentou-se associada com o aumento dos níveis das lipoproteínas de baixa densidade (cerca de 1,12 vezes), e marginalmente com os níveis de colesterol total (p = 0,041). CONCLUSÕES: Nem o alto nível de instrução parece ter papel protetor na adoção de estilo de vida saudável, tampouco o envolvimento com áreas de saúde muda o comportamento dos estudantes. Altas proporções de fatores de risco para doenças não-transmissíveis em jovens universitários podem afetar seu bem-estar. Os resultados podem servir de apoio às universidades no desenvolvimento de programas de prevenção e promoção da saúde.

ASSUNTO(S)

estudantes universidades nível de saúde estilo de vida fatores de risco fatores socioeconômicos estudos longitudinais portugal

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