Impacto da aspirina na incidência de eventos tromboembólicos após implante de bioprótese valvar cardíaca na doença reumática crônica

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. J. Cardiovasc. Surg.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2013-09

RESUMO

INTRODUÇÃO: Ainda existem controvérsias em relação à melhor estratégia de terapia antitrombótica nos três meses iniciais de pós-operatório de implante de bioprótese valvar cardíaca. Assim, os autores consideram relevante determinar a incidência contemporânea de episódios de isquemia cerebral nos meses iniciais (primeiros 90 dias de pós-operatório), e realizar uma comparação entre a aspirina isolada versus a não terapia antiplaquetária no mesmo contexto. MÉTODOS: Entre o período de janeiro de 2010 a julho de 2012, consecutivamente todos pacientes reumáticos com ritmo sinusal basal, que realizaram a substituição da valva mitral, e ou aórtica, por bioprótese (pericárdio bovino), foram incluídos neste estudo de coorte prospectivo, totalizando 184 pacientes. O desfecho primário avaliado foi a ocorrência de eventos embólicos. RESULTADOS: Nos primeiros 30 dias, três (5,2%) eventos isquêmicos cerebrais foram observados em pacientes do grupo aspirina, em comparação com dois (1,7%) eventos em pacientes sem terapia aspirina, RR = 3,18, 95% IC 0,5-19,6; P=0,33. Entre 31 e 90 dias do pós-operatório, nenhum paciente apresentou episódios de embolia cerebral ou periférica. A sobrevida livre de eventos embólicos, sangramentos e a sobrevida geral não foram estatisticamente significativas entre os grupos aspirina e não-aspirina. CONCLUSÃO: Constatou-se baixa incidência de eventos embólicos durante os primeiros 90 dias de pós-operatório de troca valvar por bioprótese envolvendo a posição mitral, e uma ainda menor para mesma situação para troca aórtica isolada. O uso da aspirina não influenciou de maneira significativa na redução de episódios tromboembólicos.

ASSUNTO(S)

aspirina acidente vascular cerebral bioprótese cardiopatia reumática

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