Plastia valvar mitral na doença cardíaca reumática e degeneração mixomatosa: estudo comparativo
AUTOR(ES)
PROVENZANO JUNIOR, Sylvio Carvalho, SÁ, Mauro Paes Leme de, BASTOS, Eduardo Sérgio, AZEVEDO, José Augusto Pereira de, MURAD, Henrique, GOMES, Eliane Carvalho, PALHARES, Márcia Salgado
FONTE
Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery
DATA DE PUBLICAÇÃO
2002-03
RESUMO
INTRODUÇÃO: No Brasil, a maioria das intervenções na valva mitral são devidas à doença cardíaca reumática (DR). Algumas vantagens da plastia mitral em relação à troca valvar são menor mortalidade operatória e tardia, manutenção da geometria e função ventricular esquerda e menor número de eventos relacionados à valva. A evolução da DR, porém, interfere negativamente nos resultados de reconstrução. OBJETIVO: Este trabalho tem como objetivo analisar os resultados da plastia mitral na correção da insuficiência mitral pura em pacientes com DR, tendo como referência pacientes com degeneração mixomatosa (DM). CASUÍSTICA E MÉTODO: O estudo foi retrospectivo, baseado em revisão de prontuários de 9 pacientes com DM e 11 com DR submetidos a plastia ou reconstrução valvar mitral entre julho de 1992 e agosto de 1999. Foram realizados 26 procedimentos na valva mitral dos pacientes com DM e 31 naqueles com DR. Anuloplastia com anel maleável de pericárdio bovino foi realizada em 18 (90%) pacientes, e apenas duas com anel rígido (uma em cada grupo). Em relação ao reparo de defeitos nas cúspides, foi realizado um total de 24 procedimentos. As técnicas foram ressecção quadrangular (n = 13), encurtamento por trincheira (n = 5), comissurotomia (n = 4), extensão de folheto posterior (n = 3), transposição de corda (n = 3), reposição de corda (n = 2), papilotomia (n = 2), plicatura de corda (n = 1) e dobramento de folheto (n = 1). RESULTADO: O seguimento médio foi de 3,4 anos, e apenas um paciente com DR não compareceu às consultas. Não houve mortalidade hospitalar ou tardia. Um paciente com DR foi reoperado e nenhum no grupo de DM. A taxa de risco linear para reoperação foi de 2,59% por paciente/ano no grupo com DR. Um paciente com DR apresentou endocardite três meses após a operação. Os diâmetros sistólico e diastólico finais de ventrículo esquerdo de ambos os grupos não apresentaram diferença estatística. CONCLUSÕES: Concluímos que o resultado pós-operatório imediato e a médio prazo (3,4 anos) da reconstrução mitral por insuficiência mitral pura foi satisfatório nos dois grupos. A evolução dos pacientes com doença cardíaca reumática no período de seguimento foi comparável àqueles com degeneração mixomatosa quanto a mortalidade imediata e tardia, endocardite, acidente tromboembólico e sangramento associado a anticoagulante.
ASSUNTO(S)
valva mitral valva mitral febre reumática doença reumática
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