IDENTIFICAÇÃO MORFOLÓGICA E MOLECULAR, BIOMETRIA, ABUNDÂNCIA E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DE Biomphalaria spp. (PRESTON, 1910) (MOLLUSCA, PLANORBIDAE), NO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

O objetivo desse estudo foi avaliar a prevalência, infectividade, biometria, abundância e distribuição geográfica de espécies de Biomphalaria no município de Juiz de Fora, Minas Gerais, no ano de 2004. As coletas foram realizadas para atender a dois propósitos. O primeiro propósito visou identificar e avaliar a infectividade, abundância, biometria e distribuição geográfica das espécies encontradas. Desta forma, ocorreram coletas em 31 localidades sendo seis represas, onze açudes, sete hortas contendo valas de irrigação, cinco lagos, uma lagoa e uma cachoeira. As 124 visitas ao campo foram distribuídas nos quatro ciclos estacionais (cada ponto foi visitado quatro vezes) e 1770 moluscos foram capturados, com padronização do tempo de coleta. O segundo propósito, de alargar a amostra para se avaliar a infectividade, ocorreu no início da estação chuvosa do ano de 2004, e 3494 exemplares de Biomphalaria foram coletados sem padronização do tempo de captura. Os 5.264 espécimes, oriundos de dez localidades, sendo três açudes e sete hortas, predominaram nas regiões leste e norte da mancha urbana. Todas as valas de irrigação investigadas estavam colonizadas por Biomphalaria. Através de técnicas de análise morfológica e molecular, identificaram-se três espécies: B. tenagophila, B. peregrina e B. straminea. Nas dez localidades em que se registrou a presença do molusco do gênero Biomphalaria a distribuição foi a seguinte: B. tenagophila foi prevalente em 60 % dos pontos, e B. peregrina em 20% dos pontos. Constatou-se, pela primeira vez no município, a espécie B. straminea que ocorreu em 20% dos pontos. Nenhum molusco foi encontrado infectado com Schistosoma mansoni, no entanto, exemplares de B. straminea capturados nas coordenadas 213959S e 432509W, quando submetidos ao teste de suscetibilidade ao S. mansoni apresentaram 25,4% de infectividade. Observou-se forte correlação inversa entre as variáveis abundância de Biomphalaria e pluviosidade local, em todas as espécies estudadas. A temperatura influenciou as populações de Biomphalaria estudadas na faixa das médias inferiores a 15,7C. Estatisticamente, o estudo das variáveis tamanho e peso revelou que as menores médias biométricas ocorreram em B. peregrina, seguida de B. straminea, e as maiores dimensões corporais foram as de B. tenagophila. Verificou-se forte correlação positiva entre as variáveis peso (massa corpórea) e tamanho (diâmetro da concha), nos exemplares encontrados. Conclui-se que no município de Juiz de Fora ocorrem três espécies de Biomphalaria, sendo duas delas, B. straminea e B. tenagophila, de importância epidemiológica. A pluviosidade e a temperatura interferem na abundância dos espécimes locais. Todas as medidas de peso e tamanho das amostragens de Biomphalaria, em Juiz de Fora, estão abaixo das máximas dimensões referidas na literatura

ASSUNTO(S)

biometry comportamento animal infectivity biometria biomphalaria infectividade abundance rainfall pluviosidade biomphalaria abundância

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