Identificação de graus de ansiedade à matemática em estudantes do ensino fundamental e médio : contribuições à validação de uma escala de ansiedade à matemática

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

05/03/2012

RESUMO

A aprendizagem da matemática tem se caracterizado pela aversão gerada em alunos em função dos diversos fracassos na tentativa de aprender seu conteúdo. Afora dificuldades de aprendizagem como discalculia e acalculia, ligadas possivelmente a distúrbios orgânicos e de desenvolvimento, a literatura internacional tem destacado um campo novo de investigação: a ansiedade à matemática. O fenômeno se caracteriza por um conjunto específico de reações fisiológicas desagradáveis, cognitivas e comportamentais diante de estímulos matemáticos simples ou complexos e diante de contingências de aprendizagem de matemática, ou em contextos que requisitam o uso de repertórios matemáticos. No Brasil, contudo, há poucos estudos acerca da identificação de diferentes graus de ansiedade à matemática em estudantes nos diferentes níveis de ensino. Nas análises deste estudo foi observado que a distribuição das respostas dos alunos é uma distribuição normal, o que possibilitou a realização dos testes de média e testes correlacionais. Além disso, também foi observado o coeficiente do alpha de Cronbach, com um valor de 0,900, o que aponta que o instrumento utilizado é consistente. Assim, este estudo teve como primeiro objetivo identificar diferentes graus de ansiedade à matemática em estudantes do Ensino Fundamental do Ciclo II (6 ao 9 ano) e Ensino Médio (1, 2 e 3 anos) quando comparados os indicadores gênero; idade; série, rede pública e particular de ensino. O segundo objetivo foi identificar quais itens da escala estavam relacionados a altos graus de ansiedade, apontados pelos alunos. Nas análises de Correlação de Spearman, os resultados indicaram que houve diferença significativa entre as variáveis período (p = 0,005 e r = 0,084) e rede de ensino (p = 0,001 e r = -0,104) e não houve significância de correlação entre os escores totais e as variáveis idade (p = 0,188 e r = -0,040); gênero (p = 0,178e r = -0,040); série (p = 0,282 e r = -0,032); nível de ensino (p = 0,503 3 r = 0,020). Nos testes t de Student e Anova, as análises indicaram diferença significativa entre as médias de respostas dos alunos na variável rede de ensino (p= 0,001) e período (p = 0,018). Não houve diferença significativa nas variáveis: gênero (p = 0,104); nível de ensino (p = 0,476); série (p = 0,154); idade (p = 0,064). Os resultados do teste qui-quadrado indicaram que altos graus de ansiedade ocorrem em 12 das 24 situações da escala e estas situações sinalizam ou não punição, o que pode estar relacionado às metodologias de ensino empregadas e à história individual de aprendizagem da matemática.

ASSUNTO(S)

psicologia estudantes do ensino fundamental e ensino médio elementary and secondary students escala de ansiedade à matemática matemática - estudo e ensino aprendizagem ansiedade à matemática psicologia mathematics anxiety mathematics anxiety scale teaching and learning of mathematics

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