Idade pós-concepção no tratamento da retinopatia da prematuridade em pré-termos nascidos e em transferidos para o tratamento em uma mesma instituição
AUTOR(ES)
Fortes Filho, João Borges, Eckert, Gabriela Unchalo, Valiatti, Fabiana Borba, Santos, Paula Gabriela Batista dos, Costa, Marlene Coelho da, Procianoy, Renato Soibelmann
FONTE
Arquivos Brasileiros de Oftalmologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2011-08
RESUMO
OBJETIVOS: Os resultados do tratamento da retinopatia da prematuridade (ROP) parecem ser melhores em pacientes nascidos na mesma instituição onde o tratamento foi praticado do que naqueles pacientes transferidos para o tratamento em centros de referência. Este estudo tem como objetivos investigar o momento do tratamento e seus resultados em pacientes nascidos e em pacientes transferidos para o tratamento em uma mesma instituição. MÉTODOS: Estudo de coorte institucional e prospectivo conduzido de 2002 a 2010 e incluiu no grupo 1 todos os prematuros tratados para a retinopatia da prematuridade nascidos na instituição e no grupo 2 todos os prematuros tratados para a retinopatia da prematuridade transferidos para o tratamento. Todos os pacientes incluídos tinham peso de nascimento (PN) <1.500 gramas e/ou idade gestacional (IG) <32 semanas. As principais consideradas foram a idade pós-concepção (IPC) por ocasião do tratamento e os resultados do tratamento ao final do 1º ano de vida dos pacientes nos 2 grupos. As variáveis consideradas foram: peso de nascimento, idade gestacional, estadiamento e localização da retinopatia da prematuridade por ocasião do tratamento. RESULTADOS: O grupo 1 incluiu 24 prematuros nascidos na instituição. As médias do PN e da IG foram 918 ± 232 gramas e 28,2 ± 2,1 semanas, respectivamente. A mediana da idade pós-concepção ao tratamento foi de 37 semanas. O grupo 2 incluiu 14 pacientes transferidos para o tratamento. As médias do PN e da IG foram 885 ± 188 gramas e 28,2 ± 2,4 semanas, respectivamente. A mediana da idade pós-concepção ao tratamento foi de 39 semanas. As médias dp PN e da IG eram similares nos dois grupos (P=0,654 e P=0,949, respectivamente), mas a diferença entre a idade pós-concepção ao tratamento foi significativa entre os 2 grupos (P=0,029). CONCLUSÕES: Os pacientes nascidos na instituição foram tratados para a retinopatia da prematuridade durante a 37ª semana de idade pós-concepção enquanto os pacientes transferidos foram tratados após a 39ª semanas de idade pós-concepção em média. Os piores resultados do tratamento assim como do seguimento de um ano observados entre os pacientes do grupo 2 podem ser explicados, em parte, pelo tempo maior decorrido para o tratamento da retinopatia da prematuridade.
ASSUNTO(S)
recém-nascido de muito baixo peso retinopatia da prematuridade idade gestacional hospitais públicos fatores de risco taxa de sobrevida
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