Prevalência e fatores de risco para a retinopatia da prematuridade: estudo com 450 pré-termos de muito baixo peso
AUTOR(ES)
Fortes Filho, João Borges, Eckert, Gabriela Unchalo, Valiatti, Fabiana Borba, Costa, Marlene Coelho da, Bonomo, Pedro Paulo, Procianoy, Renato Soibelmann
FONTE
Revista Brasileira de Oftalmologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009-02
RESUMO
OBJETIVO:Analisar prevalência e fatores de risco para a retinopatia da prematuridade (ROP) entre pré-termos com peso de nascimento (PN) d"1.500 gramas e/ou idade gestacional (IG) d"32 semanas admitidos em uma instituição hospitalar universitária de nível terciário. MÉTODOS: Estudo de coorte institucional, prospectivo e descritivo, realizado entre outubro de 2002 e julho de 2008, incluindo todos os pré-termos com PN d"1.500 gramas e/ou com IG d"32 semanas, que sobreviveram até a 42ª semana de IG corrigida. Foram determinadas a prevalência da ROP em seus vários estadiamentos evolutivos. Os principais fatores de risco para o surgimento da ROP no período pós-natal foram comparados por análises uni e multivariadas entre os pacientes que desenvolveram e os que não desenvolveram a doença. Para a análise das variáveis contínuas entre os dois grupos, foi usado o Teste t (Student) para amostras independentes e para a comparação das variáveis categóricas, o Qui-Quadrado. A regressão logística incluiu as variáveis com significância após a análise univariada. RESULTADOS:Foram estudadas 450 crianças cuja média de PN e IG foram 1.213,50 gramas (± 277,4) e 30,3 semanas (± 2,2), respectivamente. A ROP, em qualquer estadiamento, afetou 24,2% das crianças. Doença limiar, necessitando de tratamento pela fotocoagulação, ocorreu em 24 pacientes (5,3%). Após análise univariada, a IG, o PN, o ganho ponderal do nascimento até a 6ª semana de vida, o uso de oxigenioterapia em ventilação mecânica e de indometacina, as ocorrências de sepse e hemorragia intraventricular e a necessidade de transfusões sanguíneas, estiveram associados com a ROP. A regressão logística confirmou a importância da IG (OR: 0,856; IC95%: 1,141-1,447; P=0,014), do baixo ganho ponderal (OR: 0,997; IC95%: 0,996-0,999; P<0,001), do uso de ventilação mecânica (OR: 1,770; IC95%: 1,029-3,046; P=0,039), além da necessidade de transfusões sanguíneas (OR: 1,285; IC95%: 1,141-1,447; P<0,001), como fatores de risco independentes para o surgimento da ROP entre pré-termos nascidos com peso d"1.500 gramas. CONCLUSÃO: Este estudo mostrou ocorrência de ROP e necessidade de tratamento, em nossa instituição, com percentuais comparáveis a outros estudos internacionais. Os fatores de risco independentes para o surgimento da ROP estiveram relacionados tanto com a baixa IG quanto com o baixo ganho de peso no período pós-natal e, também, com o uso da oxigenioterapia e com a necessidade de transfusões sanguíneas.
ASSUNTO(S)
retinopatia da prematuridade prematuro recém-nascido de muito baixo peso fatores de risco prevalência
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