Histórias que (não) curam: sobre narrativas em hipnose clínica

AUTOR(ES)
FONTE

Psicologia: Ciência e Profissão

DATA DE PUBLICAÇÃO

2004-09

RESUMO

O presente artigo retoma o tema da hipnose criticando algumas das principais crenças que levaram ao seu desuso em Psicologia Clínica. Ao mesmo tempo, busca levantar outros princípios que tornem possível e eficaz sua utilização clínica. Para tanto, parte-se de um estudo de caso de Milton Erikcson, de onde são destacadas e problematizadas duas questões essenciais: a substituição dos sintomas e a qualificação da autoridade do terapeuta. O primeiro ponto é discutido em torno da crítica sobre a superficialidade da hipnose, o que remete a uma visão mais ampla da subjetividade, onde aparência e essência desenvolveriam uma relação complexa e não-linear. A discussão do segundo ponto considera que a autoridade do terapeuta é necessária não para se opor diretamente ao sintoma, mas para criar condições em que a auto-regulação do sujeito crie soluções próprias para seus problemas. Para concluir, o artigo sustenta que o tema da hipnose, por suas implicações históricas, clínicas e epistemológicas, consiste em um desafio para a Psicologia que remete à revisão da própria história de seu projeto de ciência.

ASSUNTO(S)

hipnose psicologia clínica epistemologia freud erickson

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