Guardiões da memória e do esquecimento: o caso dos velhos narradores da Santa Cruz do Deserto

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Esta dissertação tem como objetivo, descrever e interpretar a narrativa da Santa Cruz do Deserto, monumento religioso localizado na pequena cidade de Tavares, situada no sertão da Paraíba. Considerada milagrosa e protegida pelas almas, a Cruz funciona como suporte da identidade e instrumento de poder de um grupo de homens velhos considerados zeladores e guardiões da memória local. Este grupo específico de velhos assume o controle da narrativa sagrada transmitida pelos seus antepassados, conformando uma memória coletiva bastante sólida, que reforçou o mito de origem da comunidade, representado na morte e no mistério do desconhecido vaqueiro e instituiu a crença no poder das almas e a devoção à Santa Cruz do Deserto. A divisão de poder na comunidade permitiu-nos observar a existência de uma escala hierárquica constituída por moradores, devotos, não devotos e zeladores. O contexto analisado é típico do catolicismo popular, onde os sujeitos envolvidos atribuem ao sagrado significados diversos, ampliando os acontecimentos individuais e transformando-os em formalizações simbólicas, num quadro narrativo potencialmente mítico, onde os signos da hagiografia eclesial são ressemantizados, surgindo crenças reinventadas.

ASSUNTO(S)

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