Gestão Social em Empreendimentos Econômicos Solidários: uma abordagem no Oeste Potiguar

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/08/2011

RESUMO

A questão central da pesquisa foi à busca por dados que ratificassem a teoria e o discurso dos ditos praticantes da economia solidária, quando defendem que a racionalidade substantiva deve nortear os princípios da economia solidária, concebendo a economia espaço incidental e não a primazia na determinação das relações sociais, assim, refletindo na predominância de dimensões da gestão social nas práticas administrativas dos EESs. Para tanto analisei as dimensões teóricas da gestão social sociopolítica, econômica, organizacional e ambiental manifestas em práticas organizacionais de empreendimentos econômicos solidários do Oeste Potiguar. Para o êxito da pesquisa realizei da triangulação envolvendo a combinação de abordagens metodológicas quantitativas e qualitativas. Num primeiro momento da pesquisa será utilizada uma abordagem quantitativa, a partir da análise de cluster, a fim de verificar o comportamento das variáveis para amostra escolhida neste estudo. Na segunda etapa da pesquisa de caráter qualitativo foi realizada a técnica de grupo focal (FLICK, 2002) para aprofundar a análise das dimensões da gestão social nas práticas organizacionais de empreendimentos econômicos solidários, relacionadas aos princípios da Economia Solidária, constatadas na abordagem quantitativa. Na análise quantitativa, na dimensão sociopolítica, ficou nítida que quanto mais instrumentos de participações internas e externas, a partir da vivência em espaços públicos propositivos, melhores os resultados monetários. Outro ponto que merece relevo diz respeito à dimensão econômica, com a prática reciprocitárias prevalecendo na comercialização. Assim, na abordagem qualitativa foi possível compreender os processos de trocas de produtos ou serviço. Nos empreendimentos rurais pesquisados a destinação dos produtos agroecológicos tem a seguinte escala de prioridade, sequencialmente: autoconsumo (domesticidades), comercialização e troca. A pesquisa leva ao fato de que formações e práticas que fortalecem a dimensão sociopolítica (conhecimento, apoderamento, senso de pertencimento) tornam-se o fio condutor para o robustecimento da gestão social no âmbito das demais dimensões, conduzindo a ganhos sociopolíticos, econômicos, organizacionais e ambientais. Apesar das debilidades constatadas na dimensão organizacional e ambiental, tanto na abordagem quantitativa como na qualitativa, foi possível constatar que práticas dos EESs do Oeste Potiguar incorporam, predominantemente, elementos da gestão social e da economia solidária, com preponderância da racionalidade substantiva em primazia a instrumental. Por fim, a pesquisa trouxe informações de que os participantes dos EESs não concedem à economia monetária primazia na determinação das relações sociais, o que consequentemente conduz à confirmação de que, nas práticas da economia solidária, prevalecem a predominância da racionalidade substantiva, como guia das práticas organizacionais.

ASSUNTO(S)

gestão social economia solidária administracao management social solidarity solidary economy economic solidary organization. solidariedade empreendimentos econômicos solidários.

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