Gênero como variante do micropoder familiar

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

05/03/2010

RESUMO

A família, em sua origem, é tida como matriz fundamental nas relações sociais, na medida em que se constitui como lócus de transmissão de sentimentos e afetos, como também de proibições e permissões fundamentadas nas relações de poder. Este estudo teve por finalidade compreender como tais relações se estabelecem, bem como evidenciar as implicações dos microexercícios de poder dentro da família. Alicerçada numa abordagem interdisciplinar, buscou-se construir uma teia argumentativa a partir de reflexões encetadas por saberes e teorias das ciências humanas e sociais, como a antropologia, a história, a ciência política, a psicanálise, a psicologia e a filosofia. Os dados utilizados provêm primordialmente da história da família e da sociedade ocidental-européia. O método utilizado foi à revisão de literatura sobre família, poder, patriarcado, gênero, feminismo e psicologia. As bases de dados a que se recorreu advêm de documentos bibliográficos especializados, artigos científicos, teses e dissertações sobre o tema. Através do trabalho ensaístico pretendeu-se evidenciar que a família como lócus de controle é fonte de desigualdades e conflitos. O fio condutor do trabalho foi o conceito de gênero, poder e suas relações com as desigualdades familiares. Questiona-se a perspectiva da Psicologia, em particular a teoria psicanalítica, frente às desigualdades de gênero nas relações familiares. Pode-se supor que a família seja um lócus de controle dos sujeitos que a compõem, dando maior evidência à dissimetria de gênero nas relações entabuladas, resultando dessa microfísica de poder, tensões e conflitos que desestruturam a relação familiar. Infere-se, portanto, que através de relações mais equânimes homens e mulheres possam atenuar desigualdades e conflitos nas relações que estabelecem tornando a família um genuíno lócus de cuidado.

ASSUNTO(S)

psicologia desigualdades poder gênero família psicologia power gender family inequalities psychology

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