Fundamentos para uma sociologia crÃtica da formaÃÃo humana: um estudo sobre o papel das redes associacionistas

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

âFundamentos para uma sociologia crÃtica da formaÃÃo. Um estudo sobre as redes associacionistas da educaÃÃoâ pretende explicitar os novos desafios para a formaÃÃo humana, tendo em vista os vetores que informam a construÃÃo polÃtica do imaginÃrio democrÃtico das sociedades contemporÃneas. Um projeto formativo sempre carrega uma interpretaÃÃo do homem e da sociedade. Argumenta-se, entÃo, que o esgotamento dos ideais que sustentaram, historicamente, o programa da modernidade nÃo apenas transformou as estratÃgias reguladoras no setor educacional, mas tambÃm implicou um trabalho de reconfiguraÃÃo da educaÃÃo do cidadÃo. Nesse contexto, as reformas educacionais desencadeadas no Brasil, na dÃcada de 1990, encontraram-se diante da necessidade de reconstruir a noÃÃo de formaÃÃo como objeto cultural. Por essa razÃo, propÃs-se a discussÃo de um referencial teÃrico alternativo para analisar a formaÃÃo humana na atualidade: o paradigma da dÃdiva. Inicialmente, esse sistema teÃrico possibilitou ultrapassar os dilemas das principais teorias democrÃticas, as quais tÃm enfrentado a dificuldade de articular as questÃes da justiÃa com os princÃpios da solidariedade. Em seguida, as idÃias de Marcel Mauss, referÃncia central desse trabalho, permitiram demonstrar que a educaÃÃo ensina na âgenerosidade recÃprocaâ, ou seja, a educaÃÃo à uma dÃdiva. A defesa dessa tese implicou relacionar o modo de circulaÃÃo da educaÃÃo, como bem simbÃlico, nas redes formais de ensino e nas chamadas âredes associacionistasâ. Essa situaÃÃo provocou o aparecimento de um novo objeto de estudo para as ciÃncias sociais: as redes associacionistas de educaÃÃo. Um objeto hÃbrido que exigiu o uso de novos dispositivos para sua investigaÃÃo derivados do paradigma das redes. Desse modo, foi possÃvel investigar as polÃticas pÃblicas de educaÃÃo, situando a anÃlise para alÃm do aparato institucional do Estado, focalizando a anÃlise na sua dimensÃo infra-polÃtica. Com base nessas premissas interrogou-se o papel que joga a educaÃÃo, como bem simbÃlico, na formaÃÃo dos adolescentes e jovens das periferias urbanas. Os resultados obtidos permitiram concluir que as redes associacionistas ao nÃo desvincularem a transmissÃo dos saberes dos vÃnculos relacionais que geram o espaÃo pÃblico, possibilitam a emergÃncia de um tipo particular de identidade: a do indivÃduo como sujeito capaz de compartilhar um vÃnculo associativo que apesar de ancorado nas relaÃÃes concretas de pertencimento tem em vista os ideais de cidadania e solidariedade social. Perpassa, portanto, em todo o trabalho a compreensÃo de que a reflexÃo sobre a dÃdiva, no Ãmbito educativo, contribui nÃo apenas com recursos crÃticos contra os reducionismos utilitaristas, mas aponta especialmente um caminho para se visualizar a formaÃÃo humana como meio e fim da criaÃÃo de formas mais avanÃadas de civilidade

ASSUNTO(S)

sociologia vÃnculo social paradigm of the gift paradigma da dÃdiva human formation social bond formaÃÃo humana solidarities redes sociais social nets

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