Função gonadal de sobreviventes de doença de Hodgkin tratados na infância e adolescência com quimioterapia
AUTOR(ES)
Bordallo, Maria Alice N., Guimarães, Marília M., Carriço, Maria K., Dobbin, Jane
FONTE
Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2001-02
RESUMO
Avaliamos a função gonadal de 21 pacientes do sexo masculino com doença de Hodgkin (grupo A), que receberam quimioterapia durante a infância e adolescência, e comparamos com 20 indivíduos adultos jovens sadios (grupo B). A mediana da idade dos pacientes no momento do estudo foi de 18 anos (17-23 anos), e do início da quimioterapia 10 anos (6-19 anos). Na época do tratamento, 14 pacientes eram impúberes e 7 já estavam na puberdade. No momento da investigação todos se encontravam no estágio puberal V de Tanner e tinham completado quimioterapia entre 3 e 11 anos previamente. A mediana do volume testicular foi menor no grupo A do que no B, p = 0,001. Não houve diferenças significativas da TT, SHBG, PRL e LH entre os grupos. A mediana dos níveis basais do FSH do grupo A foi maior do que no B, p = 0,0001. Houve significativa diferença entre as medianas do pico máximo do FSH e do LH após estímulo com GnRH entre os grupos, p = 0,002 e p = 0,0002 respectivamente. Encontramos uma correlação positiva entre a idade do paciente na época do tratamento e o valor máximo do LH ao estímulo com GnRH (r = 0,4; p = 0,03) e uma correlação negativa com o tempo decorrido entre o término do tratamento e o estudo (r = -0,5; p = 0,008). Onze pacientes apresentavam azoospermia, 4 oligospermia e 3 pacientes apresentavam espermograma normal. Um paciente recuperou a fertilidade, com normalização do espermograma, 11 anos após o término do tratamento. Concluímos que pacientes tratados na infância e adolescência com quimioterapia apresentam importante dano no epitélio germinativo, mantendo níveis normais de testosterona às custas do aumento da secreção de LH. A presença de redução do volume testicular nestes pacientes é sugestiva de dano no epitélio germinativo, sendo necessário um longo período de acompanhamento para avaliar possível recuperação da função gonadal.
ASSUNTO(S)
doença de hodgkin quimioterapia função gonadal masculina espermograma
Documentos Relacionados
- Linfoma de Hodgkin na infância e adolescência: 15 anos de experiência com o protocolo DH-II-90
- Depressão e doença bipolar na infância e adolescência
- Avaliação da saúde bucal e anomalias dentárias em pacientes tratados com leucemia na infância e adolescência
- Função sexual comprometida em pacientes com doença reumática independente da atividade da doença, tratamento e função gonadal
- Doença cerebrovascular na infância e adolescência: estudo das habilidades de processamento auditivo (central)