Linfoma de Hodgkin na infância e adolescência: 15 anos de experiência com o protocolo DH-II-90
AUTOR(ES)
Souza, Luciana N. S., Maluf Junior, Paulo T., Almeida, Maria Tereza A., Weltman, Eduardo, Cornacchioni, Ana Lucia, Teixeira, Roberto Augusto P., Odone Filho, Vicente, Cristofani, Lilian Maria
FONTE
Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia
DATA DE PUBLICAÇÃO
30/07/2010
RESUMO
O desafio do tratamento do linfoma de Hodgkin na infância reside na redução da toxicidade aguda e tardia sem afetar os bons resultados terapêuticos. Crianças e adolescentes portadores de linfoma de Hodgkin recém-diagnosticado foram tratados com o protocolo institucional DH-II-90. Os objetivo deste trabalho foram: 1)avaliar as taxas de sobrevida global (SG) e livre de eventos (SLE) do protocolo DH-II-90 aplicado a portadores de LH; 2)avaliar as taxas de SG e SLE conforme estádio, idade, tumor "bulky", massa mediastinal, sintomas B, dose de radioterapia e 3)descrever os efeitos tardios. Sessenta e oito pacientes portadores de LH recém-diagnosticado, com idade entre 0 e 21 anos (idade mediana 9 anos, 20F:48M), foram tratados com quimioterapia (baixo risco:ABVD; alto risco:ABVD+MOP/COP) e radioterapia. O estadiamento foi distribuído desta forma: nove (13,2%) estádio I A; 29 (42,6%) II A; cinco (7,4%) II B; nove (13,2%) III A; dez (14,7%) III B; dois (2,9%) IV A e quatro (5,9%) IV B. A SG em dez anos foi de 96,1% ± 3,8 para o grupo de baixo risco e 93,3% ± 4,5 para o de alto risco (p:0,402). A SLE foi de 88,9% ± 5,2 em dez anos para o de alto risco e 86,5% ± 6,3 para o de baixo risco (p: 0,969). A presença de massa mediastinal e doses de radioterapia maiores que 2100 cGy (p= 0,020 e p= 0,014, respectivamente) apresentam impacto negativo na SLE e a doença estádio I tem impacto positivo na SLE. Disfunção e carcinoma de tireoide são os efeitos tardios mais frequentes neste grupo de doentes. O protocolo DH-II-90 obteve resultados terapêuticos favoráveis, porém as taxas de complicações tardias, embora aceitáveis, demandam revisão do programa terapêutico.
ASSUNTO(S)
linfoma de hodgkin criança quimioterapia radioterapia sobrevivência
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