Função do membro superior em hemiparéticos crônicos: análise através da classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Relativamente poucos estudos descreveram a função do membro superior em hemiparéticos crônicos e a relação entre déficits específicos e função do membro superior e realização de atividades e participação em atividades sociais. O objetivo deste estudo foi descrever a função do membro superior em hemiparéticos crônicos e investigar a força da relação e o poder preditivo de déficits específicos da extremidade superior na limitação da realização de atividades e restrição na participação social. Foram utilizados instrumentos específicos para análise da função do membro superior nos domínios de estrutura e função corporal, atividade e participação. As variáveis referentes à estrutura e função corporal incluiram controle do movimento voluntário estágio de retorno motor do braço e da mão e retorno global da extremidade superior; força e resistência muscular força de preensão palmar e pinça lateral, força do membro superior e resistência a fadiga isométrica relativa; tônus muscular espasticidade; destreza manual e digital; e funções sensoriais e dor sensibilidade ao toque em movimento e dor no ombro. O domínio atividade foi avaliado através da percepção e observação do desempenho, enquanto a participação foi avaliada através do Stroke Specific Quality of Life - SSQOL-Brasil (escore total e escore nos itens referentes à função do membro superior) e da Canadian Occupational Performance Measure - COPM (desempenho e satisfação com o desempenho em atividades relevantes auto-relatadas). A amostra final foi constituída por 55 participantes com diagnóstico clínico de AVE há mais de seis meses e habilidade para execução de tarefas de alcance. A maioria das variáveis de estrutura e função corporal foi correlacionada com a atividade. Observou-se, de maneira geral, correlação moderada entre os componentes de estrutura e função corporal com a percepção do desempenho, e correlação forte com a observação do desempenho. A participação, mensurada através SSQOL-Brasil, foi correlacionada moderadamente somente com as variáveis de estrutura e função corporal: força de preensão palmar, pinça lateral e dor. A satisfação com o desempenho em tarefas relevantes, avaliada através da COPM, foi correlacionada com a destreza digital. A destreza manual e digital, em conjunto com o estágio de retorno motor da mão, força de preensão em pinça e dor no ombro, explicou 91% da variância no modelo de observação do desempenho em atividades cotidianas. A dor e o estágio de retorno motor explicaram em conjunto 48% da variância do modelo de percepção do desempenho em atividades cotidianas. Quando se considerou a participação social, mensurada através do SSQOL-Brasil, como variável de desfecho, as variáveis de estrutura e função corporal e de atividade explicaram a menor variância considerando-se os modelos analisados, com maior poder preditivo da dor para a qualidade de vida global (16%) e qualidade de vida nos itens referentes à função do membro superior (29%). Como a qualidade de vida é um constructo amplo, envolvendo vários domínios da funcionalidade, a inclusão de variáveis referentes somente ao desempenho do membro superior pode ser responsável pela baixa variância encontrada.

ASSUNTO(S)

classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde decs a acidente vascular cerebral teses medicina de reabilitação teses membros superiores teses avaliação teses

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